Avaliando a eficácia do treinamento de restrição do fluxo sanguíneo em idosos: Uma visão geral das revisões sistemáticas
Por Rúben Arnaldo de Oliveira Silva (Autor), Nicholas Rolnick (Autor), Igor Henrique Fortunato (Autor), Maria Goretti da Cunha Lisboa (Autor), Jozilma de Medeiros Gonzaga (Autor), Victor Sabino de Queiros (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
O envelhecimento reduz força e massa muscular, afetando a funcionalidade. O treinamento resistido de alta carga é eficaz, mas muitas vezes inviável para idosos. O treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) surge como alternativa promissora, embora as evidências ainda sejam inconsistentes.Objetivo: Sintetizar as evidências de revisões sistemáticas sobre os efeitos do treinamento com na força muscular, hipertrofia e desempenho funcional em adultos mais velhos.Métodos: Foi conduzida uma umbrella review (Registro PROSPERO: CRD420251073597) após uma busca abrangente em quatro bases de dados (PubMed, Scopus, SPORTDiscus e Web of Science), desde a criação até 17 de junho de 2025. Foram incluídos estudos do tipo revisões sistemáticas, com ou sem meta-análises, que analisaram ensaios experimentais de treinamento BFR com baixa carga em adultos ≥50 anos. Os desfechos de interesse foram força muscular, hipertrofia e função física. A seleção dos estudos e a extração dos dados foram realizadas de forma independente por dois revisores. A qualidade metodológica foi avaliada pelo AMSTAR 2.Resultados: Foram incluídas 23 revisões sistemáticas (53 ensaios primários únicos), com sobreposição substancial entre as revisões (área coberta corrigida: 12,2%). Todas as revisões foram classificadas como de baixa ou criticamente baixa qualidade metodológica. As meta-análises demonstraram de forma consistente que a RFS promove hipertrofia muscular e ganhos de força comparáveis ao treinamento resistido de alta carga, e superiores ao treinamento de baixa carga sem RFS. As evidências sobre melhorias no desempenho funcional foram inconsistentes. Foram identificadas heterogeneidade significativa e limitações metodológicas recorrentes, como falhas de cegamento e ocultação da alocação.Conclusão: A RFS representa uma estratégia promissora para melhorar força e hipertrofia muscular em idosos. No entanto, a certeza das evidências é limitada por fragilidades metodológicas nos ensaios primários e revisões sistemáticas. São necessários estudos futuros de alta qualidade consistentes para consolidar evidências e orientar a prática clínica.