Sobre
Introdução
Todos devem estar lembrados de que, antes do aparecimento dos diversos clubes recreativos, a Barra da Tijuca se encontrava praticamente abandonada, desmerecendo a atenção não só das autoridades estaduais como também dos poucos proprietários de residências naquele local1.
Em geral, sugere-se que o surgimento de clubes recreativos, expressão da adoção de certos padrões de sociabilidade, é uma decorrência do processo de urbanização – do crescimento populacional e da diversificação societária (AGULHON, 2009; MELO, 2020a). Assim sendo, o trecho acima citado nos chamou a atenção: teria sido distinto o que ocorreu na Barra da Tijuca, região da Zona Oeste do Rio de Janeiro? As agremiações precederam a existência de núcleos habitacionais mais consolidados? O que teria tal fato a nos informar sobre o desenvolvimento do local e da cidade como um todo?
Tendo em vista tais questionamentos, o objetivo deste livro é discutir o processo recente de urbanização da Barra da Tijuca por meio de um indicador específico: a criação de clubes recreativos, entendidos como agências que atuaram na produção do espaço, intervenientes no forjar de perfis que cada bairro/região foi ganhando no decorrer das décadas investigadas.