Barreiras à Prática de Atividades Físicas de Adolescentes Escolares da Zona Rural do Sul do Rio Grande do Sul
Por Werner de Andrade Müller (Autor), Marcelo Cozzensa da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 18, n 3, 2013. Da página 344 a 353
Resumo
O objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência de barreiras à prática de atividades físicas e fatores associados em alunos do ensino médio de escolas da zona rural da região sul do Rio Grande do Sul. Foram convidados a participar do estudo todos os alunos matriculados no ensino médio, das 10 escolas compreendidas pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE-RS). O estudo, de delineamento transversal, investigou 510 alunos adolescentes (34% do total da população) que responderam questionário sobre barreiras à prática de atividades físicas e fatores associados. Dos entrevistados, 59,0% eram do sexo feminino, 80,0% tinham entre 15 e 17 anos, 92,3% eram de cor de pele branca e 37,7% estavam cursando o primeiro ano do ensino médio. Mais da metade (53,3%) dos estudantes era suficientemente ativo no lazer e 82,9% encontravam-se na categoria normal de IMC. As barreiras que apresentaram maior prevalência foram: dias de chuva (79,1%), falta de tempo (75,3%) e falta de local adequado para a prática (52,3%). Entre as meninas que relataram oito e nove barreiras, as prevalências de insuficientemente ativas foi, respectivamente de 55,6% e 66,7%, enquanto que, para os meninos que relataram esse mesmo número de barreiras, não houve indivíduos insuficientemente ativos. A única barreira que permaneceu associada a inatividade física no lazer na análise multivariável foi a falta de dinheiro (p=0,03). Conclui-se que mais estudos com adolescentes residentes no meio rural são necessários para se conhecer as necessidades e assim estruturar políticas públicas de incentivo à atividade física.