Báscula
Por Gustavo de Arruda de Carvalho (Autor), Marco Antonio Coelho Bortoleto (None), Marco Antonio Coelho Bortoleto (Autor).
Parte de Introdução à pedagogia das atividades circenses . páginas 179
Resumo
Uma das mais tradicionais e impressionantes modalidades circenses é, com toda segurança, a báscula russa. Possivelmente o adjetivo "russa" tenha sido incorporado ao nome desta modalidade dada a grande qualidade e tradição dos artistas de países como Bulgária, Romênia, Rússia e Ucrânia. Apesar disso, temos que lembrar que existem excelentes números circenses protagonizados por artistas de outras nacionalidades, sobretudo, chineses e coreanos. De fato, foram os coreanos que introduziram, segundo relatos, uma variação à versão original, fazendo com que os acrobatas não abandonem a báscula e realizem todos seus saltos sobre a prancha, dando origem a "báscula coreana".
Antes de analisar os fundamentos da prática desta modalidade acrobática convém uma revisão sobre o aparelho que permite a realização das acrobacias: a báscula. Trata-se de uma prancha de madeira (existe também de fibra sintética como a dos trampolins de piscina de saltos ornamentais), construída por uma única prancha ou, o que é mais comum, por diversas pranchas (tábuas de 8 a 12 cm de largura por 3 cm de espessura aproximadamente) dispostas lateralmente e fixadas entre si a partir de uma peça metálica (uma cinta que envolve todas as tábuas) e parafusos, totalizando uma prancha com 40 a 45cm de largura. Tudo isso deve ser fixado justo ao meio por um eixo central metálico em forma de triângulo (normalmente eqüilátero de 40 a 60 cm cada lado), com uma base plana e ampla de ferro revestida na parte inferior com borracha: este conjunto permitirá o movimento das extremidades da prancha para cima e para baixo. A altura deste eixo, associada à longitude da prancha e a flexibilidade do material (normalmente madeira) da prancha são os elementos de determinarão a capacidade de lançamento (e também o risco e impacto) nos praticantes. Nas extremidades, além de alargar a prancha, o que permite mais espaço para o salto, é habitual colocar um pequeno ângulo de madeira que facilita ao acrobata manter-se na posição vertical (90 graus respeito ao solo), normalmente revestido de algum tipo de material macio e antideslizante (borracha ou EVA) que facilita o equilíbrio e minimiza o impacto dos saltos nas articulações.