Resumo

Apesar dos avanços nas políticas de inclusão, as relações de gênero ainda limitam a participação das mulheres no esporte, com menos oportunidades e espaços disponíveis. Muitas vezes, elas precisam integrar contextos mistos, enfrentando desafios como estereótipos, exclusão e a necessidade de provar competência. Este artigo investiga a percepção de universitárias sobre as diferenças entre ambientes exclusivos para mulheres e mistos no basquete, em um programa de extensão universitária. A pesquisa qualitativa, com análise de grupos focais, revelou que espaços exclusivos promovem segurança, inclusão e sororidade, reduzindo o medo e o julgamento, e são fundamentais para o empoderamento das mulheres no esporte universitário.

REFERÊNCIAS

ALTMANN, H. Rompendo fronteiras de gênero: Marias (e) homens na Educação Física. 1998. 119f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1998.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BECKER, M. R.; BARBOSA, C. M. Sororidade em Marcela Lagarde y de los Ríos e experiências de vida e formação em Marie-Christine Josso e algumas reflexões sobre o saber-fazer-pensar nas ciências humanas. Coisas do Gênero: Revista de Estudos Feministas em Teologia e Religião, v. 2, n. 2, p. 243-256, 2016.

BUTLER, J. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.

BRADY, M. Creating safe spaces and building social assets for young women in the developing world: a new role for sports. Women’s Studies Quarterly, v. 33, n. 1/2, p. 35-49, 2005.

CARLI, L.; EAGLY, A. Women face a labyrinth: an examination of metaphors for women leaders. Gender in Management: an International Journal, v. 31, n. 8, p. 514-527, 2015.

DAOLIO, J. A construção cultural do corpo feminino, ou o risco de transformar meninas em ‘antas’. In: ROMERO, E. (org.). Corpo, mulher e sociedade. Campinas: Papirus, 1995. p. 99-108.

DUNNING, E. Sport as a male preserve: notes on the social sources of masculine identity and its transformations. Theory, Culture & Society, v. 3, n. 1, p. 79-90, 1986.

ELLIOTT, S.; BEVAN, N.; LITCHFIELD, C. Parents, girls’ and Australian football: a constructivist grounded theory for attracting and retaining participation. Qualitative Research in Sport, Exercise and Health, v. 12, n. 3, p. 392-413, 2020.

FREITAS, M. J. T.; SILVA, J. F.; CARVALHO, M. E. P. Homens podem ser feministas? O pioneirismo dos estudos de masculinidades no Nordeste do Brasil. Revista de Educação Pública, v. 27, n. 66, p. 861-881, 2018.

GARCIA, C. C. O gênero e as práticas esportivas das mulheres. Alguns pontos de discussão em psicologia social e do esporte. Psicologia Revista, v. 27, p. 497-517, 2019.

GONDIM, S. M. G. Grupos focais como técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos. Paidéia, v. 12, p. 149-161, 2002.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.

GOELLNER, S. V. Bela, maternal e feminina: imagens da mulher na Revista Educação Physica. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2003.

GOELLNER, S. V. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 19, n. 2, p. 143-151, 2005.

GOELLNER, S. V. A educação dos corpos, dos gêneros e das sexualidades e o reconhecimento da diversidade. Cadernos de Formação RBCE, v. 1, n. 2, p. 71-83, 2010.

GOELLNER, S. V.; MARTINS, M. Z. Mulheres e esporte: rotas investigativas, éticas e políticas. Corpoconsciência, v. 28, e. 17266, p. e17266-e17266, 2024.

GOELLNER, S. V.; VOTRE, S. J.; FIGUEIRA, M. L. M. Lazer e gênero nos programas de esporte e lazer das cidades. LICERE-Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, v. 13, n. 2, p. 1-20, 2010.

GOELLNER, S. V.; VOTRE; S. J.; MOURÃO; L.; FIGUEIRA; M. L. M. Gênero e raça: inclusão no esporte e lazer. Porto Alegre, RS: UFRGS, 2009.

HILLS, L. A.; MAITLAND; A.; CROSTON; A.; HORNE; S. ‘It’s not like she’s from another planet’: undoing gender/redoing policy in mixed football. International Review for the Sociology of Sport, v. 56, n. 5, p. 658-676, 2021.

JACÓ, J. F.; ALTMANN, H. Significados e expectativas de gênero: olhares sobre a participação nas aulas de educação física. Educação em Foco, v. 22, n. 1, p. 155-181, 2017.

KIND, L. Notas para o trabalho com a técnica de grupos focais. Psicologia em Revista, v. 10, n. 15, p. 124-138, 2004.

KINSMAN, J.; NORRIS, S. A.; KAHN, K.; TWINE, R.; RIGGLE, K.; EDIN, K.; MATHEBULA, J.; NGOBENI, S.; MONARENG, N.; MICKLESFIELD, L. K. A model for promoting physical activity among rural South African adolescent girls. Global Health Action, v. 8, n. 1, p. 28790, 2015.

MARTINS, M. Z.; DELARMELINA, G. B.; SOUZA, L. C. Profissionalize-se como uma garota?: efeitos das políticas de desenvolvimento do futebol de mulheres nas oportunidades da carreira esportiva no Brasil. FuLiA/UFMG [Revista sobre Futebol, Linguagem, Artes e outros Esportes], v. 8, n. 3, p. 59-81, 2023.

MARTINS, M. Z.; DELARMELINA, G. B.; SOUZA, L. C. Mapeando as margens do futebol de mulheres no Brasil: um olhar interseccional sobre as experiências e as barreiras para a prática desse esporte. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 46, p. e20240061, 2024.

OLIVER, K. L.; HAMZEH, M.; MCCAUGHTRY, N. Girly girls can play games/las niñas pueden jugar tambien: Co-creating a curriculum of possibilities with fifth-grade girls. Journal of Teaching in Physical Education, v. 28, n. 1, p. 90-110, 2009.

ONU MULHERES BRASIL. Boas práticas de prevenção à violência contra mulheres e meninas por meio do esporte. Brasília, 2022. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Cartilha-BoasPraticas-Unase-EsporteeJuventude-web.pdf. Acesso em: 17 jun. 2024.

SCHIMANSKI, E. Gênero, futebol e esportes: a sororidade como componente necessário para o empoderamento feminino. Publicatio UEPG: Ciências Sociais Aplicadas, v. 27, n. 1, p. 59-66, 2019.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 72-99, 1995.

SILVA, B. S.; MARTINS, M. Z. Ensinando o esporte a partir do ponto de vista feminista: tensões da epistemologia feminista para a pedagogia do esporte. Corpoconsciência, v. 23, p. 1-16, 2023a.

SILVA, B. S.; MARTINS, M. Z. Meninas e o futebol: tecendo linhas entre o gênero, as aprendizagens e o jogar. Brasília/Fortaleza: Ministério do Esporte/ IFCE, 2023b.

SILVEIRA, V. T.; VAZ, A. F. O doping e a construção de experiências de feminilidade: comentários a respeito de caso Rebeca Gusmão. In: SILVEIRA, V. T.; VAZ, A. F., DORNELES, P. G.; WENETZ, I.; SCHWENGBER, M. S. V. (org.). Educação física e gênero: desafios educacionais. Ijuí: Unijuí, 2013. p. 291-308.

SO, M. R.; MARTINS, M. Z.; BETTI, M. As relações das meninas com os saberes das lutas nas aulas de Educação Física. Motrivivência, v. 30, n. 56, p. 29-48, 2018.

UCHOGA, L. A. R.; ALTMANN, H. Educação física escolar e relações de gênero: diferentes modos de participar e arriscar-se nos conteúdos de aula. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 38, p. 163-170, 2016.

VARGAS, J. M. O Desenvolvimento Positivo no futsal de meninas: uma análise sob a ótica Bioecológica. 2024. 145 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2024.

VIGARELLO, G. História da beleza. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

YIN, R. K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. São Paulo: Penso, 2016.

Acessar