Biomarcadores de Estresse Oxidativo: Novas Possibilidades de Monitoramento em Treinamento Físico
Por J M F Antunes-neto (Autor), L. P. Silva (Autor), D V Macedo (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 13, n 3, 2005. Da página 73 a 80
Resumo
O exercício físico pode ser entendido como um agente estressor ao organismo. – Fatores endógenos (idade, sexo, potencial genético) e exógenos (intensidade, duração, freqüência e tipo de exercício) determinam a severidade do estresse e as respostas adaptativas dos sistemas biológicos. Sabe-se, também, que o exercício físico aumenta drasticamente o consumo de oxigênio. Este aumento resulta na produção de radicais e espécies reativas de oxigênio no músculo. Tais oxidantes podem modificar macromoléculas celulares, incluindo ácidos nucléicos, proteínas e lipídeos. Uma situação de estresse oxidativo pode ocorrer quando as defesas antioxidantes locais são depletadas ou então quando a taxa de produção dos oxidantes é maior do que os níveis antioxidantes. Duas grandes classes endógenas de proteção atuam no combate dos efeitos oxidativos na célula: defesas enzimáticas (catalase, glutationa peroxidase, glutationa redutase e superóxido dismutase) e antioxidantes não-enzimáticos (vitaminas E e C, glutationa e grupos tiol de proteínas). Uma quantia significante de trabalhos mostra que, para a resposta ao estresse, a expressão de proteínas de estresse - “heat shock proteins” (HSP) - torna-se essencial para a sobrevivência da célula, atuando estas também como integrantes de um sistema secundário de defesa antioxidante. Assim, análises de marcadores de estresse oxidativo em conjunto com a detecção de HSPs poderiam ser uma potente ferramenta para controlar a sobrecarga dos exercícios de treinamento, prevenindo a instalação de situações de indução de sobretreinamento (overtraining).