Biomarcadores de lesão tecidual em corrida intervalada de alta intensidade: uma revisão sistemática
Por Rodrigo Gomes de Souza Vale (Autor), Juliana Brandão Pinto de Castro (Autor), Eduardo Borba Neves (Autor), Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes (Autor), Wagner Siqueira Romão (Autor), Danielli Braga de Mello (Autor), Thiago Dias Sales (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 20, n 4, 2021.
Resumo
A melhora da capacidade aeróbia e anaeróbia em atletas de diferentes modalidades esportivas está relacionada à realização de exercícios de alta intensidade, que causam microlesões celulares e levam a um processo inflamatório necessário para adaptação muscular. Marcadores bioquímicos, como creatina quinase (CK) e lactato desidrogenase (LDH) vêm sendo utilizados para a mensuração de danos musculares e inflamatórios a fim de identificar a resposta fisiológica e auxiliar na melhora do desempenho esportivo. Objetivo: Descrever as alterações nos biomarcadores CK e LDH após a execução de corrida intervalada em alta intensidade. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática, seguindo as recomendações do PRISMA e registrada na PROSPERO (CRD42020201678), com uma busca na literatura em fevereiro de 2021, nas bases Medline, Lilacs, Scopus, SPORTDiscus, CINAHL, Web of Science, ScienceDirect, Cochrane e Scielo, utilizando os descritores “HIIT”, “L-Lactate Dehydrogenase”, “Creatine Kinase” e seus sinônimos, disponíveis nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH). Resultados: Dos 80 estudos encontrados inicialmente, 6 atenderam aos critérios de inclusão. Destes, quatro estudos apresentaram aumento significativos de CK e LDH simultaneamente, enquanto 1 estudo observou aumento significativo apenas de CK e o outro estudo apenas de LDH. Os aumentos nos biomarcadores ocorreram em magnitudes diferentes. Os protocolos dos estudos e as características da amostra mostraram alta heterogeneidade. Conclusão: A corrida intervalada de alta intensidade pode elevar os níveis CK e LDL de forma aguda, o que torna os mesmos excelentes marcadores para o risco de lesão e dosagem das cargas do exercício.