Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar e resumir as diferenças biomecânicas (cinéticas, cinemáticas e neuromusculares) da corrida com calçado e descalço através de uma revisão de literatura. Foram realizadas buscas por artigos completos publicados entre 2013 e novembro de 2018 nos bancos de dados Web of Science, PubMed, Scopus e SPORTDiscus. Os descritores usados foram Biomechanics, Kinetics, Kinematics, Electromyography, “Surface Electromyography”; e Unshod, Barefoot, Barefeet e Running. A busca resultou em 687 artigos, e depois da exclusão das duplicatas e seleção através do título, do resumo e do texto completo, 40 artigos foram incluídos na revisão. Os resultados evidenciam que existem diferenças importantes na biomecânica da corrida entre as condições calçado e descalço. De maneira geral, os estudos indicam que, na corrida descalço: (a) os indivíduos apresentam padrão de pisada com o antepé ou mesopé, enquanto na corrida com calçado, o padrão típico é com o retropé; (b) observa-se maior cadência e menor comprimento da passada; e (c) ocorre maior flexão de joelho, menor pico de força vertical de reação do solo e maior ativação da parte medial do gastrocnêmio. Ainda, na condição descalço, os corredores fazem o contato com o solo com maior flexão plantar, possivelmente buscando uma estratégia de atenuação de impacto durante a pisada sem calçado. Essas diferenças, assim como a individualidade dos praticantes, devem ser consideradas na prescrição da corrida descalço, visando minimizar a ocorrência de lesões decorrentes da prática.

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