Biomecânica da Marcha em Idosos Caidores e Não Caidores: Uma Revisão da Literatura
Por Renata Roce Kirkwood (Autor), Priscila Albuquerque de Araújo (Autor), Cláudia Silva Dias (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 14, n 4, 2006. Da página 103 a 110
Resumo
As quedas são comuns em idosos e ocorrem principalmente durante a marcha. Nosso objetivo foi rever as alterações na marcha que ocorrem com o envelhecimento e suas relações com as quedas. Estudos mostram que os idosos tendem a diminuir a velocidade e o tamanho da passada e a aumentar a base de suporte e o tempo da fase de duplo apoio para ganho de estabilidade. Perdas na amplitude das articulações do quadril e joelho também foram identificadas. O fator preditivo apontado como o maior causador de quedas foi a variabilidade dos dados temporais e espaciais durante a passada. Além disso, atraso no pico de momento de força interno de flexão plantar na fase de apoio terminal, levando a um atraso na diminuição da amplitude de dorsiflexão em idosos caidores já foi determinado e caracterizado como fraqueza dos músculos gastrocnêmio e sóleo. A importância do sóleo e gastrocnêmio na manutenção da estabilidade na marcha foi evidenciada em vários estudos. Em ambientes de risco, idosos saudáveis geram aumento da atividade dos músculos tibial anterior e gastrocnêmio com o objetivo de reduzir o movimento médiolateral do centro de gravidade, reduzindo assim, a velocidade angular das articulações do joelho e tornozelo. Acreditamos que essas estratégias estão ausentes em idosos caidores, por ausência desses músculos ou por alterações de comando central.