Integra

Bom dia a todas e a todos que me acompanham por aqui.

O tema de hoje é “Exemplos Práticos de Aprendizagem”.

Este podcast surge de um outro feito comigo, através do podcast denominado “Papo de Lazer”, produzido e conduzido, de maneira muito competente, pela Professora Ângela Bretas, que foi ao ar na semana passada, numa série batizada por ela “Semeando o Campo”, através de depoimentos de pessoas, digamos, “mais experientes”, para não dizer mais velhas, que estão na lida há quase meio século.

Já falei aqui dessa iniciativa, mas ao participar diretamente, no seu episódio 41, contei boa parte de minha vida pessoal e profissional.

Como alertei as pessoas para quem enviei o link, eu disse que “é longo e sugiro que seja ouvido ‘à prestação’ ou numa noite de insônia”. De qualquer maneira, o link pode ser ouvido na plataforma do Spotfy: https://open.spotify.com/episode/6FX0whREjiMDZyL9rjB5ik?si=aZkSY1tQRke5POdvnIcgcQ&dl_branch=1

Depois dessa participação, percebi que seria possível unir as duas últimas edições do meu podcast, “Ensinando a Aprender” e “Formal, Informal e Não-formal” a este terceiro, denominado, genericamente, “Exemplos Práticos de Aprendizagem”.

Entre tantos relatos que fiz, gostaria de focar na aprendizagem que tive no início de minha vida como associado da ACM aos 12-13 anos de idade.

Vindo de uma infância superprotetora, como primogênito de uma família de fortes tradições italianas, percebo hoje como a minha inserção nas diversas experiências que a ACM me proporcionou, se tornaram um primeiro divisor de águas em minha tenra vida de então e como elas interferiram em minhas escolhas pessoais e profissionais de curto, médio e longo prazos.

Gordinho para a idade, como de praxe, só me restava ser goleiro nas divertidas partidas na quadra de cimento externa da ACM, entremeadas com as mangas que caiam ao solo a um vento mais forte.

A competição da época era permeada por fortes laços de cooperação.

Tinha pendores para organizar as coisas, tendo fundado o Estrela Futebol de Salão aos 13 anos, com uma estrutura de treinos na parte técnica, associada a gestão do time.

Explico: no primeiro, eu comandava os treinos, abrindo cada sessão com aquecimento, fortalecimento muscular para então entrar no jogo, já esboçando aí elementos técnicos e táticos. Nunca vou me esquecer do meu primeiro apito italiano Balilla!

Quanto a parte de gestão, incluía desde a reserva da quadra, convocação dos jogadores, administração das finanças através do “Livro de Ouro”, acerto de jogos com outras equipes, aquisição do material necessário, como bolas, coletes e até mesmo o uniforme de jogo. Este, para época, muito sofisticado, com bordados no calção e na bela camisa preta, igualmente bordada na frente e no verso, com duas tarjas verticais, branca e vermelha, encomendadas especialmente na Fábrica Ceppo, feita de algodão mercerizado!

Essas responsabilidades naquela pouca idade, proporcionadas e monitoradas pelo Secretário Geral da ACM, Sr. Romeu Pires Osório, me “ensinaram a aprender”. Da mesma forma, sempre começando por estratégias de aprendizagem não-formais, fui pegando gosto não só pela prática esportiva como também pela sua administração, o que me obrigou, posteriormente, lançar mão de estratégias mais formais de gerenciamento de pessoas, equipamentos e instalações. Hoje, na informalidade, aprecio o estudo e aplicação desse universo todo em inúmeros programas e projetos, tanto na dimensão profissional como no serviço voluntário.

Antes de finalizar, uma pergunta: como o seu filho, experimenta a sua casa, a comunidade ao seu redor, sua cidade e o mundo?

Aqui vão algumas sugestões: (a) coloque seus filhos em situações de aprendizagem não-escolar o máximo possível, (b) amplie e diversifique suas experiências em termos de conteúdos culturais ligados a ludicidade, (c) escolha programas e projetos desenvolvidos por profissionais competentes e (d) trabalhe a persistência e a resiliência já que nada é feito sem muito esforço, inclusive na construção de uma carreira de médio-longo prazo no campo do lazer.

Recordando novamente Ruben Alves, lembre-se, futuro está mais na “caixa de brinquedos” do que na “caixa de ferramentas”.

Eu sou Professor Bramante e até o próximo podcast.

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