Bochecho com carboidrato melhora o desempenho físico de ciclistas mentalmente fadigados a pesar de não melhorar respostas psicológicas
Por Ítalo Vinícius Floriano De Paula (Autor), Wesley Ribeiro (Autor), Paulo Estevão Franco Alvarenga (Autor), Flávio De Oliveira Pires (Autor), Cayque Brietzke Barreto (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A fadiga mental reduz o desempenho no exercício através de uma resposta psicológica comprometida, como o aumento do esforço percebido. Como o enxágue bucal de carboidrato melhora as respostas psicológicas em diferentes ambientes de exercício, investigamos se o enxágue bucal de carboidrato melhora o desempenho no exercício em indivíduos com fadiga mental, estando tal resposta associada a respostas psicológicas melhoradas. Nossa hipótese foi que o enxágue bucal de carboidrato seria benéfico para ciclistas mentalmente fadigados, principalmente em intensidades com alta perturbação metabólica.
Métodos: Após as sessões de familiarização, ciclistas bem treinados (n = 20) realizaram um teste incremental máximo, imediatamente após serem submetidos a um protocolo de indução de fadiga mental. Eles realizaram o teste em três condições experimentais distintas; sem enxágue bucal (condição de fadiga mental), ou com enxágue bucal com carboidrato (fadiga mental + carboidrato) ou placebo percebido como carboidrato (fadiga mental + placebo percebido como carboidrato) a cada 25% do teste incremental máximo. Respostas psicológicas, como percepção subjetiva de esforço, valência afetiva, excitação emocional e motivação, foram coletadas durante o teste, mas avaliadas acima do segundo limiar ventilatório. O desempenho foi avaliado através da potência pico e tempo até a exaustão.
Resultados: A fadiga mental reduziu o desempenho no teste incremental máximo (P < 0,05), mas o enxágue bucal de carboidrato foi eficaz para neutralizar esse efeito deletério da fadiga mental (P < 0,05). No entanto, o enxágue bucal de carboidrato não foi eficaz em melhorar as respostas psicológicas acima do segundo limiar ventilatório (P > 0,05), como a percepção subjetiva de esforço, valência afetiva, excitação emocional e motivação. Análises de correlação demonstraram uma correlação negativa moderada significativa entre a motivação e o tempo de exercício acima do segundo limiar ventilatório quando os participantes usaram o enxágue bucal de carboidrato.
Conclusão: Os efeitos ergogênicos do enxágue bucal de carboidrato no desempenho do teste incremental máximo de ciclistas com fadiga mental são independentes das respostas psicológicas durante o exercício. Futuros devem investigar outros potenciais fatores responsáveis por essa modulação do desempenho físico quando da utilização do enxágue bucal com carboidrato.