Resumo

A fadiga mental reduz o desempenho no exercício através de uma resposta psicológica comprometida, como o aumento do esforço percebido. Como o enxágue bucal de carboidrato melhora as respostas psicológicas em diferentes ambientes de exercício, investigamos se o enxágue bucal de carboidrato melhora o desempenho no exercício em indivíduos com fadiga mental, estando tal resposta associada a respostas psicológicas melhoradas. Nossa hipótese foi que o enxágue bucal de carboidrato seria benéfico para ciclistas mentalmente fadigados, principalmente em intensidades com alta perturbação metabólica.

Métodos: Após as sessões de familiarização, ciclistas bem treinados (n = 20) realizaram um teste incremental máximo, imediatamente após serem submetidos a um protocolo de indução de fadiga mental. Eles realizaram o teste em três condições experimentais distintas; sem enxágue bucal (condição de fadiga mental), ou com enxágue bucal com carboidrato (fadiga mental + carboidrato) ou placebo percebido como carboidrato (fadiga mental + placebo percebido como carboidrato) a cada 25% do teste incremental máximo. Respostas psicológicas, como percepção subjetiva de esforço, valência afetiva, excitação emocional e motivação, foram coletadas durante o teste, mas avaliadas acima do segundo limiar ventilatório. O desempenho foi avaliado através da potência pico e tempo até a exaustão.

Resultados: A fadiga mental reduziu o desempenho no teste incremental máximo (P < 0,05), mas o enxágue bucal de carboidrato foi eficaz para neutralizar esse efeito deletério da fadiga mental (P < 0,05). No entanto, o enxágue bucal de carboidrato não foi eficaz em melhorar as respostas psicológicas acima do segundo limiar ventilatório (P > 0,05), como a percepção subjetiva de esforço, valência afetiva, excitação emocional e motivação. Análises de correlação demonstraram uma correlação negativa moderada significativa entre a motivação e o tempo de exercício acima do segundo limiar ventilatório quando os participantes usaram o enxágue bucal de carboidrato.

Conclusão: Os efeitos ergogênicos do enxágue bucal de carboidrato no desempenho do teste incremental máximo de ciclistas com fadiga mental são independentes das respostas psicológicas durante o exercício. Futuros devem investigar outros potenciais fatores responsáveis por essa modulação do desempenho físico quando da utilização do enxágue bucal com carboidrato.