Resumo

O boxe olímpico teve a sua inserção nos Jogos Olímpicos no ano de 1904, em St-Louis, nos Estados Unidos, quando apenas os homens podiam competir. Essa regra perdurou por cerca de um século. Em 2012, na edição de Londres, ocorre a aceitação por parte do Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) da participação feminina (CBBOXE, 2016). Porém, antes desta inserção, no ano de 2004, se iniciava a intenção por parte do Ministério do Esporte (ME) de financiar o esporte de alto rendimento, uma vez que, nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, o país não atingiu as expectativas de medalhas. Sendo assim, em 2005, o Programa Bolsa-Atleta é criado e implementado para financiar diretamente estes atletas que já competiam no alto rendimento (CORRÊA, 2013) e, possivelmente, teriam potencial para participar e medalhar em edições dos Jogos Olímpicos e outras competições internacionais. Dessa forma, o objetivo do nosso trabalho é apresentar a perspectiva da atleta Adriana Araújo acerca do esporte indicado e do programa Bolsa-Atleta, do qual a atleta foi beneficiária por nove anos. Araújo foi uma das primeiras a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos, além de ser a única mulher medalhista no Brasil, e por ter sido contemplada pelo programa se faz importante a sua fala. Por se tratar de uma política pública, nos baseamos na teoria do policie cycle, descrita por Klaus Frey (2000), que aponta cinco fases, dentre elas a definição de problemas, agenda política, elaboração, implementação da política e a avaliação. A parte que nos atemos foi a da avaliação da política, que através da Adriana pudemos ter uma noção da importância do Bolsa-Atleta para ela enquanto atleta do alto rendimento. Assim, utilizamos o método qualitativo e exploratório para ter uma visão mais ampla desta temática, e realizarmos uma entrevista com a atleta.