Resumo

A expressão que dá título a essa dissertação foi retirada de uma das reportagens da revista Veja de 1970. Publicada durante a Copa do Mundo realizada no mesmo ano, a matéria fazia referência aos bons resultados obtidos pela seleção brasileira. O futebol se tornou tema recorrente, pois as vitórias do esporte respondiam às intenções de legitimação do governo militar. Sob o comando de Emílio Garrastazu Médici, o Brasil vivia os momentos mais duros da ditadura militar; contraditoriamente, a mídia mostrava um país tomado por uma euforia nacionalista. No período, muitas reportagens mostravam o futebol como elemento da identidade nacional e o relacionavam ao regime. Visando estabelecer o consenso social, o regime instalou um grande aparato de censura e propaganda política. Através desse aparato, os governantes tentavam controlar as informações divulgadas pela imprensa e divulgar ideais de identidade e participação nacional, pelo estímulo à popularidade do presidente e promoção de feitos do regime. Uma das estratégias da propaganda foi a associação do futebol à imagem do governo. As intenções de controlar a mídia podem ser entendidas pela lógica de que os fatos por ela divulgados são aceitos como verdadeiros. A ação dos jornalistas incide nas representações sociais e são fundamentais para a construção de memória e identidades. O presente trabalho analisa a produção de sentidos presentes no discurso da Veja em 1970, que tinham como tema o futebol. As construções discursivas orientam a produção de sentidos sobre os acontecimentos e são desenvolvidas de acordo com questões históricas, sociais e ideológicas do período em que se inserem. 

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