Resumo

O artigo pretende discutir dados de duas pesquisas realizadas em diferentes capitais brasileiras – Fortaleza e Belo Horizonte – que abordaram o uso das áreas externas e o brincar em escolas de Educação Infantil. Considerando os diferentes contextos investigados, as análises mostraram a desvalorização no uso dos espaços externos pelas escolas em contraste com os desejos e necessidades das crianças. Posturas adultocêntricas por parte das professoras foram reveladas nas imposições de brincadeiras às crianças, nas tentativas de regulação dos corpos, espaços e materiais disponíveis nas áreas externas das instituições.  As pesquisas também revelaram tentativas de ressignificação e problematização dos usos destes mesmos espaços.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, R. C. A rotina da pré-escola na perspectiva das professoras, das crianças e de suas famílias. 2007. 301 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.

ARAÚJO, V. C. A brincadeira na instituição de educação infantil em tempo integral: o que dizem as crianças? 2008. 138f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2008.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Básicos de Infraestrutura para instituições de Educação Infantil. Brasília, 2006.

CAMPOS de C., M. I. Pesquisas contextuais e seus desafios: uma contribuição a partir de investigações sobre arranjos espaciais em creches. Estudos de Psicologia, v. 8, no. 2, 2003, p. 289-297.

CAMPOS, M. M.; CRUZ, S. H. V. Consulta sobre a qualidade na educação infantil: o que pensam os sujeitos deste direito. São Paulo: Cortez, 2006.

CORDAZZO, S. T. D. et alli. Metodologia Observacional para o estudo do brincar na escola. Avaliação Psicológica, v. 7, no. 3, 2008, p. 427-438.

FORNEIRO, L. I. A organização dos espaços na Educação Infantil. In: ZABALZA, M. A. Qualidade na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GOBBI, M. A. Mundos na ponta do lápis: desenhos de crianças pequenas ou de como estranhar o familiar quando o assunto é criação infantil. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 20, no. 41, p. 147-165, jan/abr. 2014.

HADDAD, L.; HORN, M. da G. S. Criança quer mais do que espaço. Revista Educação. Edição especial: Educação Infantil 1. São Paulo: Editora Segmento, p. 42-59, set. 2011.

HORN, M. da G. S. Diagnóstico da utilização dos espaços físicos das unidades do PROINFANCIA, por amostra, apontando as principais distorções, subutilizações e dificuldades na organização dos espaços físicos conforme proposto no projeto. MEC, Brasília, 2013.

_________. Sabores, Cores, sons, aromas: a organização dos espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2007.

KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas infantis. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 229-245, jul./dez. 2001.

KUHNEN, A.; RAYMUNDO, L. dos S.; GUIMARÃES, A. M. F.; SANTOS, G. F. dos. A linguagem do espaço físico na Educação Infantil. Barbarói. Santa Cruz do Sul, no. 35, ago/dez, 2011.

RICHTER, A. C.; VAZ, A. F. Momentos do parque em uma rotina de educação infantil: corpo, consumo, barbárie. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 673-684, set./dez. 2010.

SILVA, M. C. F. Do jardim de infância ao Centro de Actividades de Tempos Livres: representações das Crianças sobre o brincar. 2010. 187 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Criança) – Universidade do Minho, Braga, 2010.

SILVEIRA, D. de B. A escola na visão das crianças. In: 27ª Reunião Anual da ANPEd – GT 07, Caxambu/ MG, 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 mai. 2016.

TIRIBA, L. Diálogos entre a arquitetura e a pedagogia: educação e vivência do espaço. Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais: UFRJ/TDS, no. 8, abril 2008. p. 37-43.

TRINCA, W. Formas de investigação clínica em psicologia: procedimento de desenhos – estórias, procedimento de desenhos de família com estórias. São Paulo: Vetor, 1997.

Acessar