Brincadeiras de Luta e Cultura Infantil: Análise de Publicações em Periódicos da Educação Física
Por Mayrhon José Abrantes Farias (Autor), Ingrid Dittrich Wiggers (Autor), Dulce Maria Filgueira de Almeida (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 23, n 3, 2015. Da página 181 a 195
Resumo
O trabalho tem por objetivo apresentar um panorama de estudos que abordam o tema “brincadeiras de luta” em publicações especializadas da educação física. No espectro das práticas corporais, as lutas integram a cultura infantil. Compreende-se por cultura infantil as experiências vividas pelas crianças e sua apropriação em termos de sentidos e significados atribuídos por elas próprias às suas ações. As crianças são consideradas como atores e autores de suas próprias histórias, portanto, sujeitos do processo cultural. O estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica em oito revistas da área da educação física, editadas no Brasil, entre 2004 e 2013. O trabalho de revisão da literatura foi distribuído em três etapas, incluindo análise de palavras-chave, título e resumo dos artigos, bem como leitura do texto completo. Foram identificados treze artigos que apresentam discussões acerca dessa manifestação da cultura infantil. Evidenciou-se predomínio de abordagens qualitativas de pesquisa. Em relação ao tipo de estudo, a maior parte dos artigos analisados se caracteriza como pesquisa de campo e de delineamento etnográfico. As categorias temáticas enfocadas foram as de “gênero”, “mídias” e “violência”. Os artigos que abordam a categoria “gênero” apontam para as determinações culturais que situam as brincadeiras de luta como características do público masculino. Os estudos que tratam da categoria “mídias” ressaltam a ludicidade e a criatividade na composição das brincadeiras. A análise indicou duas concepções acerca das brincadeiras de luta que permeiam as pesquisas examinadas. A primeira situa as brincadeiras de luta como representação de violência e a outra como expressão da cultura lúdica das crianças.