Resumo

O presente trabalho teve como objetivo construir uma dinâmica do brincar para a criança portadora de paralisia cerebral com sua mãe no ambiente natural. Brincadeiras, naturalmente desenvolvem o sensório-motor. Como a brincadeira é parte integrante da formação do ser humano, vemos que é muito fácil de ser assimilada e, com criatividade, torna-se fonte de estimulação àquela criança. O principal agente no processo é a mãe, considerando-se ser a primeira a estabelecer um vínculo com o filho e o seu contato cotidiano com ele. Duas mães e seus filhos portadores de paralisia cerebral participaram do estudo, sendo um com a idade de três anos e seis meses e o outro com três anos e um mês no início do trabalho. Para atingir o objetivo proposto, os procedimentos consistiram basicamente no desenvolvimento de brincadeiras em situação natural com cada uma das duplas mãe e filho a partir da coleta de dados que constou de três entrevistas aplicadas `as mães, no início do trabalho, após o décimo segundo e o vigésimo quarto encontros, onde levantamos as brincadeiras com seus filhos no cotidiano e, também, do registro no diário de campo realizado por nós, após o encerramento de cada encontro, detalhando os fatos ocorridos. A análise dos dados das entrevistas nos forneceu informações sobre o dia-a-dia dos sujeitos em relação às brincadeiras. Com a análise dos dados dos registros no diário de campo, pensávamos a brincadeira para os encontros subseqüentes. A mãe era orientada: 1) logo após cada entrevista, para que sentisse que estava recebendo retorno imediato em relação a dúvidas ou dificuldades, 2) nos encontros, quando brincávamos a brincadeira em seu ambiente natural e 3) no final de cada encontro, por meio de anotações no caderno de orientações, realizadas com sua participação. Ao longo dos seis meses do trabalho a pesquisadora mudou seu papel de orientadora – participante – observadora, para participante – observadora e finalizou como simples observadora, demonstrando a aquisição de independência pelos sujeitos em relação à pesquisadora. narramos alguns encontros como episódios representativos e discutimos as brincadeiras realizadas. Os resultados demonstraram que o brincar, a valorização do ambiente natural, a interação mãe e filho e uma outra forma de atuação profissional podem contribuir efetivamente para o desenvolvimento sensório-motor dessa criança. Por outro lado, este recurso foi de fácil assimilação para as mães, que não tinham formação especializada.

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