Resumo

A ação da parceria dos projetos Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer (DEFMH/UFSCar) e Mais Que Futebol (ADESM) visa contribuir com a formação crítica e cidadã de crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos, de comunidades vulneráveis a partir da educação para e pelo lazer, a fim de estabelecer relações em que estejam presentes: cultura de paz; resistência ao assédio do tráfico de drogas; educação para e nas relações étnico-raciais; cidadania participativa e críticotransformadora. As atividades comumente realizadas no projeto são: jogos de tabuleiro (africanos, indígenas, europeus e asiáticos); brincadeiras e jogos cooperativos; atividades lúdicas na piscina; musicalização (ritmo e percussão); confecção de "jornaizinhos" (pelos/as participantes com a mediação dos/as educadores/as); leitura e contação de histórias; passeios; fútbol callejero, ciclismo e capoeira. A partir deste projeto, organizamos o presente estudo que teve por objetivo identificar e analisar os processos educativos decorrentes, especificamente, da prática da capoeira enquanto uma das possibilidades de fruição de lazer. A metodologia de pesquisa foi inspirada na fenomenologia e, nesse ínterim, realizamos registros sistematizados de observações em diários de campo de quatro encontros, no período de 10/04/2014 à 15/05/2014. Na forma de resultados, identificamos processos educativos entre educadores/as, entre participantes e entre participantes e educadores/as, tais quais: como educadores/as planejavam e organizavam as atividades no intuito de garantir a participação de todos/as, em grande esforço reflexivo e intersubjetivo; os cuidados por parte de educadores/as na organização prévia de materiais e espaço para a atividade; estudo e criação de jogos relacionados à capoeira (fundamentos, técnicas e história) para desenvolvimento de trabalho na esfera do lúdico, do brincar; foi possível identificar, ainda, já entre os próprios participantes do projeto, estabelecimentos de vínculos de amizade e confiança, a partir dos quais, pudemos inferir o cuidado com o outro, em solidariedade e cooperação frente à outra criança; assim como por parte de educadores/as para com elas, além da reformulação e envolvimento das/nas brincadeiras em conjunto entre todas e todos, educadores/as e participantes, durante a própria práxis lúdica, justificando-a como tal. 

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