Brincando e Aprendendo Capoeira no Projeto Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer Mais Que Futebol
Por G. A. Oliveira (Autor), L. C. Fábis (Autor), Nathan Raphael Varotto (Autor), Luiz Gonçalves Junior (Autor).
Resumo
A ação da parceria dos projetos Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer (DEFMH/UFSCar) e Mais Que Futebol (ADESM) visa contribuir com a formação crítica e cidadã de crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos, de comunidades vulneráveis a partir da educação para e pelo lazer, a fim de estabelecer relações em que estejam presentes: cultura de paz; resistência ao assédio do tráfico de drogas; educação para e nas relações étnico-raciais; cidadania participativa e críticotransformadora. As atividades comumente realizadas no projeto são: jogos de tabuleiro (africanos, indígenas, europeus e asiáticos); brincadeiras e jogos cooperativos; atividades lúdicas na piscina; musicalização (ritmo e percussão); confecção de "jornaizinhos" (pelos/as participantes com a mediação dos/as educadores/as); leitura e contação de histórias; passeios; fútbol callejero, ciclismo e capoeira. A partir deste projeto, organizamos o presente estudo que teve por objetivo identificar e analisar os processos educativos decorrentes, especificamente, da prática da capoeira enquanto uma das possibilidades de fruição de lazer. A metodologia de pesquisa foi inspirada na fenomenologia e, nesse ínterim, realizamos registros sistematizados de observações em diários de campo de quatro encontros, no período de 10/04/2014 à 15/05/2014. Na forma de resultados, identificamos processos educativos entre educadores/as, entre participantes e entre participantes e educadores/as, tais quais: como educadores/as planejavam e organizavam as atividades no intuito de garantir a participação de todos/as, em grande esforço reflexivo e intersubjetivo; os cuidados por parte de educadores/as na organização prévia de materiais e espaço para a atividade; estudo e criação de jogos relacionados à capoeira (fundamentos, técnicas e história) para desenvolvimento de trabalho na esfera do lúdico, do brincar; foi possível identificar, ainda, já entre os próprios participantes do projeto, estabelecimentos de vínculos de amizade e confiança, a partir dos quais, pudemos inferir o cuidado com o outro, em solidariedade e cooperação frente à outra criança; assim como por parte de educadores/as para com elas, além da reformulação e envolvimento das/nas brincadeiras em conjunto entre todas e todos, educadores/as e participantes, durante a própria práxis lúdica, justificando-a como tal.