Resumo
O estresse e o seu enfrentamento têm importante impacto sobre a prática profissional. Objetivo: Identificar níveis de burnout (estafa profissional) e estratégias de enfrentamento entre jogadores de futebol profissionais e os aspirantes ao profissionalismo em fase de preparação competitiva. Casuística: Participaram 134 jogadores de futebol do sexo masculino, 71 profissionais (16 a 34 anos; média de idade: 22,77; DP: 3,98) e 63 amadores aspirantes ao profissionalismo (15 a 18 anos; média de idade: 17,18; DP: 0,84) de três equipes que participam dos Campeonatos Estaduais da Primeira Divisão. Método: Durante a fase pré-competitiva do Campeonato Paulista das Séries A-1 e A-2 (categoria profissional) e Copa São Paulo de Futebol Júnior (categoria amadora), os jogadores que concordaram em participar assinaram Termo de Consentimento Pós-Esclarecido. Preencheram ficha com dados demográficos e responderam individualmente ao Questionário de Burnout para Atletas (QBA) e a Escala Modos de Enfrentamento de Problema (EMEP). Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva, teste de comparação de duas proporções, teste t para comparação de médias de amostras independentes, teste da média e teste não paramétrico de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi P<0,05. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa (P<0,05) entre as médias das duas categorias de atletas (profissional e amador) nas subescalas de burnout. Tempo como atleta (amador e profissional) e posição de jogo também não influenciaram a ocorrência dos sintomas relacionados às três dimensões do burnout. Entretanto, goleiros e atacantes profissionais e zagueiros amadores apresentaram os maiores escores médios totais para burnout, associados à exaustão física e emocional. Não houve diferença significativa, quanto às estratégias de enfrentamento utilizadas (focalizada no problema, na emoção, pensamento fantasioso/práticas religiosas e suporte social). Enfrentamento focalizado no problema foi a estratégia mais utilizada por todos os jogadores (amadores: M=3,77 e profissionais:M=3,78). Suporte social, por outro lado, foi a menos utilizada (profissionais: M=1,94 e amadores: M=2,13). Quando comparadas as estratégias de enfrentamento por categoria e posição de jogo, os laterais amadores utilizaram mais o pensamento fantasioso/práticas religiosas (P=0,042) do que os profissionais. Conclusões: Não houve diferença significativa entre às categorias de jogadores em relação às três dimensões de burnout, mesmo quando comparadas as diferentes posições de jogo. A estratégia focalizada no problema foi a mais utilizada tanto por profissionais como por amadores, exceto pelos laterais amadores, que utilizavam mais pensamento fantasioso/práticas religiosas.