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Introdução: no esporte de alto nível os atletas de sucesso serão, certamente, aqueles que melhores capacidades demonstram na gestão e no controle das situações potencialmente estressantes. A competição é uma fonte causadora de estresse para atletas de qualquer idade, influenciando, portanto, o seu desempenho. Diante deste cenário, é também altamente relevante, elaborar programas preventivos para identificar precocemente os sinais de risco para burnout em atletas. Estes sinais incluem, por exemplo, persistência de sentimentos de decepção e mudanças de humor, como precursores da exaustão emocional.

 Objetivo: identificar níveis de burnout em jogadoras de voleibol durante a fase de preparação competitiva para os Jogos Abertos do Interior/2009.

 Metodologia: a amostra foi constituída por oito atletas (idade=17,18±0,84 anos) integrantes da equipe de voleibol feminino que representou a cidade de Votuporanga - SP. As jogadoras responderam individualmente ao Questionário de Burnout para Atletas; versão do Athlete Burnout Questionaire (ABQ), instrumento original desenvolvido especialmente para avaliar burnout em atletas por Raedeke e Smith (2001), sendo validado para o idioma português por Pires, Brandão e Silva (2006). O tratamento utilizado consistiu na estatística descritiva, valor de média e desvio padrão das três subescalas que avaliam a freqüência de sentimentos relativos ao burnout: Exaustão Física e Emocional; Reduzido Senso de Realização Esportiva e Desvalorização da Modalidade Esportiva.

 Resultados: revelam a natureza dinâmica sobre a evolução da síndrome de burnout. Embora neste estudo a análise tenha sido focada na fase de preparação competitiva, algumas observações foram realizadas. Os valores da média e desvio padrão referentes as três subescalas, permite pensar que o  processo inicia-se com o desenvolvimento de Reduzido Senso de Realização Esportiva e 2,61(+0,49), paralelamente a Exaustão Física e Emocional de 2,37(+0,49) e,  finalmente instala-se o Sentimento de Desvalorização da Modalidade Esportiva de ,33(+0,60). Observou-se que, as jogadoras apresentaram escore médio e desvio padrão para burnout total de 2,44(+0,52).

Conclusão: os valores médios relacionados à evolução das três subescalas de burnout, encontrados nesta pesquisa são semelhantes aos resultados de outros estudos que avaliaram burnout em diferentes modalidades. Sugere-se a elaboração de outros estudos, devido ao número restrito de publicações que descrevem valores médios de burnout, especialmente em jogadoras de voleibol durante a fase pré-competitiva e competitiva.