Cálculo da Força Propulsiva Gerada Pela Mão e Antebraço do Nadador Através da Dinâmica Computacional de Fluidos
Por L. Leal (Autor), A. F. Rouboa (Autor), A. M. Moreira (Autor), F. B. Alves (Autor), João Paulo Vilas-Boas (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 5, n 3, 2005. Da página 288 a 297
Resumo
RESUMO A investigação da força propulsiva produzida pela mão e antebraço dos nadadores tem-se baseado em testes experimentais. No entanto, existem algumas dúvidas sobre a precisão e fiabilidade destes cálculos. Este estudo teve dois objectivos: i) dar continuidade ao uso da Dinâmica Computacional de Fluidos (DCF) como uma nova metodologia de investigação na Natação; ii) aplicar a DCF no cálculo dos coeficientes de resistência (CR) e sustentação (CS) resultantes da simulação numérica do fluxo externo da mão e antebraço. Para este efeito, utilizaram-se três modelos bidimensionais de um escoamento em regime permanente. Um modelo frontal (θ=90º, Φ=0º) e dois modelos laterais, um tendo o dedo polegar como bordo de ataque (θ=180º, Φ=0º), e o outro tendo o dedo mindinho como bordo de ataque (θ=0º, Φ=0º). O sistema de resolução de equações utilizado foi o das equações de Navier-Stokes, para fluidos não compressíveis. Os principais resultados, demonstraram que o CR foi o coeficiente que contribuiu mais para a propulsão, sendo constante para toda a amplitude de velocidades com um valor máximo de 1,16. Com base nestes resultados, podemos concluir que: i) a DCF pode ser considerada uma nova metodologia susceptível de desenvolvimento para o cálculo de forças hidrodinâmicas em Natação (de facto neste estudo não se procedeu à respectiva validação, pelo que não se pode concluir pela sua validade); ii) nos três modelos estudados o CS parece ter uma importância secundária na geração de força propulsiva.