Resumo

INTRODUÇÃO: Apesar do crescente corpo de conhecimento sobre o treinamento calistênico, não está claro quais seriam os efeitos agudos, tanto mecânicos como metabólicos, desse método em um modelo concorrente com corredores de rua recreacionais. OBJETIVO: O propósito desta pesquisa foi avaliar a ordem de aplicação da calistenia sobre respostas mecânicas e metabólicas agudas em praticantes recreacionais de corrida de rua. MÉTODOS: A amostra foi composta por dez homens e duas mulheres (28,1 ± 9,4 anos) e com uma experiência mínima de um ano em corridas de rua. O experimento consistiu em três visitas, na primeira foi coletados os dados antropométricos e realizado o teste da capacidade aeróbica. Na segunda e terceira visita foi aplicado aleatoriamente dois protocolos experimentais, compostos por 15 minutos de calistenia e 20 minutos de corrida na mesma sessão, o protocolo um teve a ordem corrida/calistenia (Cor/Cal), no protocolo dois calistenia/corrida (Cal/Cor). Nesses encontros foi coletado variáveis sanguíneas (lactato e glicose), capacidade de salto e percepção de esforço em três momentos gerais, antes do primeiro bloco (M1), entre os blocos (M2) e após o segundo bloco (M3). E durante a corrida foi coletado variáveis biomecânicas através de um acelerômetro especifico para corredores e registrado o ritmo de corrida, para o bloco de calistenia, foi registrado o volume de treinamento. Os dados foram tratados utilizando média e desvio padrão, a análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas foi utilizada para comparações múltiplas, com post hoc test de Bonferroni para diferenças entre os protocolos e momentos, foi calculado também o tamanho de efeito (TE) e o percentual de mudança (∆%), adotando o nível de significância de p≤0,05. RESULTADOS: As variáveis sanguíneas (lactato e glicose) não apresentaram diferenças significativas entre os protocolos, já a capacidade de salto apresentou diferença significativa entre os protocolos no M2 (∆= 7,7%; TE = 0,4) do Cor/Cal, indicando uma potencialização dessa capacidade após a corrida. Em relação a PE, foi estatisticamente diferente entre os protocolos no M2 (∆= 22,7%; TE= 1,1) e M3 (∆= 17,7%; TE= 0,9). As variáveis biomecânicas não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os protocolos, contudo houve uma variação percentual maior entre os momentos durante o Cal/Cor principalmente para o tempo de contato (∆= 21,8%; TE = 0,7) e amplitude (∆= 11,9%; TE = 0,5). Para o ritmo de corrida e volume de treinamento da calistenia, não houve diferenças estatisticamente significativa entre os protocolos, independente da ordem. CONCLUSÃO: O treinamento calistênico apresentou baixa influencia aguda sobre o desempenho de corredores de rua recreacionais, não interferindo de forma significativa em variáveis biomecânicas e metabólicas, mesmo com intensidade de aplicação semelhantes a corrida.

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