Caminhada: da Prescrição Médica à Intervenção do Profissional de Educação Física
Por Aline Tavares (Autor), Álvaro Penoni (Autor), Ricardo Freitas Dias (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O ato de caminhar é recomendado a diversas pessoas, principalmente para
iniciantes, obesos, idosos e aqueles que levam uma vida sedentária. A maioria
dos médicos recomenda aos seus pacientes que pratiquem a caminhada
c o m o u m a at iv i d a d e a e r ó b i a , p re ve n i n d o e re d u z i n d o d o e n ç a s
cardiovasculares, ortopédicas e metabólicas. Parece então que caminhar,
principalmente ao ar livre, seja uma das maneiras mais prazerosas de
promover benefícios à saúde. O educador físico é o "único profissional
apto a orientar, ministrar ou dinamizar atividades físicas" seja no âmbito
escolar, rendimento ou para a promoção da saúde. (Lei Federal 9696/98),
mas, infelizmente, parece que ele não é devidamente reconhecido como
um profissional da área da saúde. Nesse sentido, quando se trata de
prescrição de exercícios, principalmente exercícios físicos moderados como
a caminhada, este educador fica limitado a contribuir com os praticantes
no ganho de benefícios mais consideráveis à saúde. O objetivo desse estudo
foi analisar a prescrição da caminhada realizada por médicos cardiologistas
da cidade de Divinópolis - MG, bem como verificar a possibilidade de
intervenção do profissional de educação física no âmbito da prescrição de
exercícios para a promoção da saúde. A amostra foi constituída por 23
médicos cardiologistas. Os parâmetros para a prescrição de exercícios
considerados adequados para a promoção da saúde, abordados na revisão
de literatura, foram: freqüência semanal de 3 a 4 dias por semana, duração
de 20 a 30 minutos por dia e intensidade de 60% do VO2 max. Todos os
cardiologistas participantes reportaram prescrever caminhada para seus
pacientes. A maioria deles define freqüência, duração e intensidade e os
pa r âme t ros u t i l i z ados s ão próx imos ao re comendado. 9 3 , 3 3% dos
cardiologistas consideraram o trabalho multiprofissional importante, mas
40% deles encaminham pacientes para o educador físico somente quando
requerem cuidados especiais. Portanto torna-se necessário que o profissional
de Educação Física busque seu espaço de atuação na área da saúde, fazendo
com que as pessoas compreendam seu trabalho e busquem a orientação
adequada e segura para a prática de exercícios físicos.