Resumo

A hanseníase, doença infecto-contagiosa ainda presente em nosso meio, decorre em incapacidades físicas de ordem sensitiva e motora. De características muitas vezes permanentes, implicam em estratégias de saúde que buscam condições de melhor bem estar físico, psíquico e social para as pessoas atingidas. O presente trabalho observacional descritivo estudou, a partir de visão globalizadora dos aspectos envolvidos pela doença, possibilidade da prática de atividades físicas (AF) como recurso dos serviços de prevenção de incapacidades (SPI). Foram acompanhados 55 indivíduos atendidos no Centro de Saúde, decorrendo em 117 variáveis, obtidas do exame físico e registro de dados para áreas de nariz, olhos, mãos e pés, além de informações relativas a pessoa e a doença. Com materiais e metodologias específicos de coleta, anotação e copilação, os resultados apontam para população do sexo masculino (65,45%), adulta com mais de 50 anos (58,28%), em desempenho de atividades não ligadas ao sistema formal de inserção ocupacional (43,64%) – aposentados, desempregados e donas de casa -, com maior frequência de forma clínica virchowiana (47,27%) e casos multibacilares (78,17%), estando 43,64% ainda sob tratamento medicamentoso. Referentes às incapacidades físicas, a ausência destas (Grau 0) e aquelas de acometimento sensitivo (Grau I) são predominantes em olhos (81,82% no direito e 85,46% no esquerdo), mãos (81,2% na direita e 83,63 na esquerda) e pés (81,82% no direito e 85,46% no esquerdo). Assim, com acompanhamento de profissional na Educação Física inserido nas várias interfaces da doença e nas alterações corporais individuais, algumas atividades adaptadas a esta realidade – treinamento sensorial e percepção cinestésica, jogos de simples organização, dança e movimentos rítmicos, alguns esportes coletivos e alongamento muscular – são sugeridas como componente da pós-reabilitação e reinserção social.

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