Resumo
Entenda
A canoagem adaptada, regida pela International Canoe Federation (ICF) é bastante similar à canoagem olímpica, mais especificamente à modalidade de velocidade. As diferenças existem em relação às distâncias percorridas – 500 m e 1000 m na modalidade olímpica e 200 m na paralímpica – e em relação ao número de competidores nas provas – na canoagem convencional há possibilidade de provas em dupla ou em quartetos, além da individual (única existente na paracanoagem). Ainda existem algumas adaptações essenciais às condições dos paratletas, visando segurança ou melhora de rendimento. Essas alterações podem ser nos barcos (presença de assentos, encostos) ou externas (gestos e sons diferenciados). O objetivo da prova é percorrer em linha reta a distância especificada e demarcada por boias, em águas calmas, chegando no menor tempo possível ao final do trajeto. Os barcos podem ser de dois tipos: o caiaque e a canoa. Nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro (2016) apenas ocorrerão as provas de caiaque. Este é um barco individual de 520 cm de comprimento, até 50 cm de largura e com um peso de até 12 kg. Para a propulsão desse o atleta utiliza uma remo com duas lâminas.
A modalidade paralímpica destina-se aos deficientes físicos que são classificados, de acordo com as capacidades funcionais, em três classes. As exigências da modalidade e que são avaliadas para a definição das classes são: a capacidade de deslocar a embarcação a partir da remada e a aplicação de força na tábua para os pés ou no assento do barco. Em cada classe há uma quantidade de pontos mínima e máxima. Estes pontos são obtidos a partir das possibilidades de movimentação dos paratletas. Quanto maior a numeração, menor a severidade da deficiência. A classe KL1 – com até três pontos obtidos – é caracterizada por competidores com pouca ou nenhuma função de tronco e pernas, por isso precisam de um assento adaptado no caiaque. Já a classe KL2 – pontuação entre quatro e sete – destina-se àqueles que apresentam função parcial de tronco e pernas, mas precisam de uma adaptação na forma de apoio para as costas. A última classe, a KL3 – entre oito e nove pontos – é composta por atletas com função parcial de tronco e pernas, sem necessidade de assento ou encosto, e capazes de utilizar suas pernas ou próteses. Os competidores ainda são separados por gênero. Assim, no total, são três categorias femininas e três masculinas.
A paracanoagem adaptada destina-se tanto ao lazer quanto à prática competitiva. A modalidade, portanto, visa à igualdade de possibilidades e a independência dos paratletas, estimula o gosto pelo esporte e procura minimizar o preconceito com a deficiência – situação ainda presente na sociedade. Também promove a melhora das aptidões físicas e psicológicas dos praticantes e, consequentemente, da qualidade de vida e do bem-estar destes.