Resumo

Os ex-atletas de futebol profissional e oficiais militares da reserva, em razão das modificações introduzidas nas suas rotinas diárias, podem sofrer conseqüências negativas em suas condições de saúde, resultantes dessas mudanças impostas pelo encerramento da carreira, onde, em geral, o sedentarismo, assume lugar destacado. Nesse sentido, com o presente trabalho pretendeu-se comparar os níveis de indicadores de saúde e o desempenho nas atividades de vida diária (AVD s) entre ex-atletas de futebol profissional de Teresina-PI e oficiais da reserva da Polícia Militar do Piauí (PM-PI). Foi realizado um estudo exploratório e comparativo, de corte transversal desenvolvido em Teresina-PI. Os testes foram realizados na Universidade Federal do Piauí (UFPI), no Departamento de Educação Física, sendo a avaliação cardiorrespiratória efetuada em uma Clínica Médica Especializada. A amostra aleatória e voluntária foi constituída por 30 ex-atletas de futebol profissional e 30 oficiais da reserva da PM-PI, todos do sexo masculino, com média de idade de 51,93 anos (para exatletas) e de 59,63 anos (para PMs). Para a coleta de dados foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta. Também, foram verificados: peso, altura e circunferência da cintura (CC), procedendo-se, ao cálculo do índice de massa corporal (IMC). Na avaliação cardiorrespiratória foram avaliados: freqüência cardíaca máxima (FCMAX); duplo produto; débito cardíaco (DC); volume máximo de oxigênio consumido (VO2MAX); pressão arterial sistólica (PAS); e pressão arterial diastólica (PAD). As AVDs foram avaliadas mediante a aplicação de testes validados por ANDREOTTI; OKUMA (1999). O software IBM Statistical Package for the Social Sciences SPSS, versão 19.0 para Windows, foi utilizado para a realização das análises. Ambos os grupos pesquisados apresentaram: predominância de sobrepeso (IMC médio igual a 27,04±3,79 e 28,16±4,15, respectivamente para ex-atletas e oficiais da reserva); elevada CC, sobretudo para o grupo de oficiais da reserva (101,21±12,18 cm); predomínio da categoria Irregularmente Ativo B, na classificação de atividade física (AF); elevação da PAS e da FCMáx, indicando riscos para doenças cardiovasculares. Não houve diferenças estatisticamente significativas para os riscos cardiovasculares e o desempenho nas AVDs entre os grupos. As semelhanças observadas entre os grupos, em especial a diminuição da AF remete ao declínio normalmente observado com o encerramento da carreira. É essencial conhecer as características dos grupos para os quais se planeja estratégias de melhoria da saúde e qualidade de vida.

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