Resumo

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) proporciona diversas consequências que, juntamente com o sedentarismo, são responsáveis pela diminuição da capacidade funcional nesta população. Esta redução parece estar associada com o alto risco de mortalidade, hospitalização e morbidade em pacientes com DRC. Para tanto, evidências apontam que o programa de exercício físico supervisionado (PEFS) é capaz de reduzir os agravos ocasionados pela DRC, devido à melhora da capacidade funcional, aptidão aeróbia, pressão arterial, força muscular e qualidade de vida desta população. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do programa de exercício físico supervisionado sobre a capacidade funcional de pacientes com doença renal crônica.
MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 12 pacientes com DRC em estágios 3 e 4, de ambos os sexos, atendidos no Centro de Prevenção de Doenças Renais do Hospital Universitário da UFMA no período de maio a dezembro de 2016. Para inclusão no PEFS, todos os participantes realizaram avaliação física contendo anamnese, medidas antropométricas e teste de caminhada de 6 minutos (TC6) para avaliação da capacidade funcional. Para determinação do nível de atividade física, os participantes responderam ao questionário internacional do nível de atividade física (IPAQ). Após o período de 6 meses de participação no PEFS, os participantes foram submetidos à reavaliação. O protocolo de treinamento foi composto por duas a três sessões por semana de treinamento combinado com duração de 90 minutos. Todos os participantes da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Foi realizado o teste t de student para medidas pareadas, adotado nível de significância p<0,05 e utilizado o programa estatístico GraphPad Prism 7.0 para Windows. Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa (696.827/2014). RESULTADOS: O grupo (5♀ e 7♂, 55.25 ± 13.33 anos) apresentou homogeneidade quanto à idade (p>0.05) e quanto ao nível de atividade física (sedentário). Após a participação no PEFS, os participantes apresentaram melhoras tanto da capacidade funcional quanto do VO2pico (p<0.001), mesmo sem alterações do IMC (p>0.05). Na tabela 1 são apresentados os resultados do estudo de maneira detalhada. CONCLUSÃO: Os achados desse estudo sugerem que pacientes com DRC nos estágios 3 e 4, quando submetidos ao PEFS proposto, melhoraram sua capacidade funcional e aeróbia, devido, principalmente, à melhora do nível de atividade física. Portanto, para essa população, o PEFS pode auxiliar no retardamento da progressão da DRC como alternativa terapêutica não-farmacológica.

Acessar Arquivo