Resumo

O mundo está envelhecendo, sendo consequência do aumento da expectativa de vida do indivíduo. Este processo pode ser denominado como senescência, que representa um envelhecimento considerado natural e que irá atingir grande parte da população, porém, a forma como se envelhece é que faz toda diferença entre os indivíduos. Com um estilo de vida inadequado, o envelhecimento pode ocorrer de forma prematura, além de comprometer diversas funções orgânicas, visto que a ação deletéria deste mecanismo associada ao avanço da idade, são fatores que predispõe o indivíduo a desenvolver uma incapacidade funcional. Desta forma, é consenso entre a literatura, que a prática regular de exercícios pode ser considerada como um tratamento não farmacológico e preventivo, contra diversas ações agressoras que o ser humano sofre. Entre elas, se destaca a hipertensão arterial, que pode trazer inúmeros prejuízos ao paciente, além de limitar suas atividades da vida diária, reduzindo desta forma, sua capacidade funcional. O objetivo do estudo é identificar a capacidade funcional de idosos hipertensos inseridos no Treinamento Resistido - TR, pré e pós intervenção por um período de 16 semanas. De uma população de 54 idosos do programa da Universidade Aberta para Terceira Idade - UNIATI, inseridos no Treinamento Resistido em uma Instituição de Ensino Superior, foi extraída por conveniência, uma amostra composta por (n = 19) idosos hipertensos de ambos os sexos. O grupo apresentou a seguinte caracterização antropométrica: média de idade (65,7 ± 4,69 anos), com peso corporal (68,35 ± 8,72 kg), estatura de (1,65 ± 0,08 mt) e com índice de massa corporal (23,89 ± 4,76 kg/m²), além da pressão arterial com valor médio de (143,78 x 94,7 mmHg), sendo esta, controlada pela utilização de medicamentos. Para avaliação da capacidade funcional, foi adotado o Teste de Aptidão Física para Idosos - TAFI de Rikli e Jones (1999), onde foi selecionado e aplicado os seguintes testes: Levantar e Sentar da Cadeira; Flexão do Antebraço; Sentar e Alcançar os Pés; Caminhar 2,44 mt; Andar 6\' minutos. Como intervenção, o grupo passou por um período de treinamento periodizado da seguinte forma: Método de Treino Alternado por Segmento; 4 semanas de treino com carga entre 60% a 70% de 1RM; 4 semanas com carga entre 70% a 80% de 1RM; 4 semanas com carga entre 75% a 85% de 1RM e 4 semanas finais com carga variando entre 70% a 80% de 1RM, o protocolo utilizado para estimativa de 1RM foi de BAECHLE (1992). Foram padronizados oito exercícios, sendo, 4 para membros superiores e 4 para membros inferiores e realização de 3 séries variando entre 6 a 15 repetições de acordo com a carga estimada, com cadência a 2020 e intervalo de 1\'30". Também foi aplicado um aquecimento global com caminhada e corrida na esteira entre 5 a 8 km/h antes do treino, seguido de alongamento pré e pós o TR. Para análise dos dados, foi aplicado um teste "t" de Student com significância de (p ≤ 0,05). Como resultados, obtivemos os seguintes valores pré e pós intervenção respectivamente: No teste de Levantar e Sentar da Cadeira os valores foram (12,6 ± 2,17 e 15,3 ± 3,23* repetições); Flexão Antebraço (14,7 ± 2,78 e 17,5 ± 3,09* repetições); Sentar e Alcançar os Pés (11,4 ± 3,48 e 15,9 ± 3,72* cm); Caminhar 2,44 mt (7,36 ± 1,36 e 6,89 ± 1,17) e Andar 6\' minutos (375,5 ± 45,9 e 496,6 ± 38,5* mt). Destaca-se nos resultados, que todos os testes de capacidade funcional com exceção da Caminhada de 2,44mt, obtiveram um resultado positivo, atingindo uma significância de (p ≤ 0,05). Desta forma, observa-se que o TR de forma periodizada, pode favorecer a performance do idoso hipertenso, porém, demais estudos com controle de outras variáveis que possam interferir neste processo, são necessários, fortalecendo desta forma, nossos achados.

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