Resumo

RESUMO As características ambientais tem se mostrado relacionadas aos hábitos da prática de atividade física da população. Grande parte da população mundial de adolescentes não atinge os níveis recomendados de atividade física. Recentemente tem sido estudado como as características ambientais podem auxiliar na melhoria destes indicadores. No entanto, a maior parte das evidências na literatura são de países de renda elevada, o que não permite representar as características de países de renda baixa e média. Além disso, as medidas são comumente avaliadas por Sistemas de Informações Geográficas. Mensurar as características ambientais a nível de microescala podem permitir compreender melhor as características do ambiente e a prática de atividade física e proporcionar mudanças com menor custo e maior rapidez. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre atributos físicos do ambiente construído capturados pela microescala e atividade física de adolescentes de Curitiba-PR, Brasil. Os dados são oriundos de dois projetos, IPEN Adolescent (Projeto ESPAÇOS) e MAPS Global, caracterizados estudos de delineamento transversal. Foram selecionados apenas adolescentes que apresentaram informações de acelerômetro e/ou GPS válidas (n=356). Os dados da prática dos deslocamentos para a escola e pelo bairro foram autoreportados e a atividade física moderada a vigorosa obtida com dados coletados por meio de acelerômetros. As informações do ambiente construído a nível de microescala foram coletadas no projeto MAPS Global por meio de observação sistemática. As rotas avaliadas pela rede de ruas, possuíam, no mínimo 400 metros e, no máximo, 720 metros a partir da residência do adolescente até um conglomerado comercial mais próximo, distribuídas em quatro quadrantes da combinação de walkability e renda do bairro. Locais de alto walkability se mostraram positivos com a presença de locais comerciais, estética e qualidade das calçadas. O contexto da atividade física do deslocamento, para a escola ou de lazer, se mostraram associadas com a presença de características de locais não residenciais e melhor qualidade dos segmentos e de forma inversa para transportes motorizados. A atividade física moderada à vigorosa se mostrou associada apenas com a presença de "semáforos". Conclui-se que as características do bairro a nível de microescala são mais importantes para o deslocamento do que atividades de maior intensidade, que aparentemente são realizadas em locais mais específicos. Estudos com amostra representativa de adolescentes e do entorno das residências devem ser desenvolvidos para identificar as reais condições da cidade e quais domínios da atividade física podem ser associados com a microescala.

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