Resumo

Sabe-se que traços de personalidade são preditores do uso de estratégias de coping e desempenho exitoso no trabalho. No contexto esportivo, os estudos ainda são incipientes quanto à predição do desempenho, e pouco se sabe sobre o padrão de associação entre personalidade e coping em árbitros de futebol. O presente estudo verificou o padrão de associação entre traços de personalidade e estratégias de coping em árbitros brasileiros de futebol e sua relação com o desempenho esportivo. Foram avaliados 310 árbitros de seis estados, sendo 278 do gênero masculino, 154 árbitros centrais e 150 árbitros assistentes, com média de idade de 31,41 anos (DP=6,44) e tempo de arbitragem médio de 6,8 anos (DP=5,79). A análise dos traços de personalidade apontou para diferenças estatisticamente significativas entre árbitros e população geral nos escores de Conscienciosidade e Extroversão, com os árbitros apresentando médias mais elevadas, e Neuroticismo, com os árbitros apresentando escores mais baixos. Foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre todos os traços de personalidade e estratégias de coping, com destaque às associações positivas entre estratégias focadas na emoção e Neuroticismo, e focadas no apoio social com Extroversão. Quanto ao desempenho esportivo, nenhuma das dimensões de personalidade ou estratégias de coping foram preditoras significativas, talvez em decorrência da maneira como o desempenho foi mensurado neste estudo. Uma melhor categorização do desempenho esportivo em árbitros de futebol torna-se imprescindível, a fim de encontrar critérios físicos, técnicos e psicológicos consistentes que avaliem de forma significativa os árbitros brasileiros quanto ao seu desempenho esportivo

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