Características Dinâmicas e Espaço Temporais do Salto Vertical de Crianças com 7 e 8 Anos
Por Jansen Atier Estrázulas (Autor).
Integra
introdução:
um salto vertical é uma tarefa motora utilizada em muitas modalidades esportivas, atividades da vida diária, mas também utilizado como teste de força dos membros inferiores (vertical junp test) e como indicativo do estágio de maturação motora conforme proposto na literatura. neste sentido é uma tarefa que inclui aspectos relacionados ao desenvolvimento e aprendizado motor, fisiológicos e biomecânicos. neste sentido o conhecimento de características biomecânicas do salto fornecerá subsídios que possibilitam o atendimento do caráter multidisciplinar da educação física. face ao exposto, realizou-se este estudo com objetivo geral de analisar as características dinâmicas (pico de força na máxima flexão de joelho -pffl, pico de força de impulsão -pfi e pico de força de impacto -pfipt) e espaço temporais (tempo de impulsão -ti, tempo de vôo -tv e tempo de amortecimento -ta) do salto vertical de crianças com 7 e 8 anos, e especificamente verificar os valores de força nas diferentes fases do salto; identificar os tempos de duração do impulso, vôo e amortecimento.
metodologia:
após ter aprovação do comitê de ética em pesquisa da universidade do estado de santa catarina - udesc, foi realizado este estudo descritivo de cunho exploratório, com a participação de 24 crianças na faixa etária de 7 a 8 anos sendo 12 com 7 anos e 12 com 8 anos completos, integrantes da rede estadual de ensino da cidade de florianópolis-sc. na seleção da amostra utilizou-se o processo casual sistemático, tendo como critério de exclusão o acometimento de disfunção osteo-mio-articular. os dados foram coletados no laboratório de biomecânica da universidade federal de santa catarina - ufsc, utilizando-se uma plataforma de força do tipo extensiométrica com sensibilidade de 2n, erro menor que 1% e freqüência natural de aquisição de 60hz. esses dados foram analisados no sistema sad32, utilizando o filtro via fft butterworth fornecido pelo próprio software com freqüência de 30 hz. na caracterização dos dados utilizou-se a estatística descritiva: média ( x), desvio padrão (s) e coeficiente de variação (cv%) e na comparação dos valores médios entre os grupos, o teste "t" de student com nível de significância de 95%.
resultados:
verificou-se através dos resultados que na variável dinâmica pffl (0,247±0,21)pc com variabilidade de 84,15% nas crianças de 8 anos, e (0,372±0,13)pc com variabilidade de 35,87% para as de 7 anos, embora com maiores valores para as crianças de 7 anos foram mais homogêneos. para o pfi (2,47±0,33)pc com variabilidade de 13,76% nas crianças de 7 anos , e (2,52±0,40)pc com variabilidade de 15,68% para as de 8 anos, e o pfipt (5,52±1,02)pc com variabilidade de 18,4% para as crianças de 7 anos, e (6,04±1,59)pc com variabilidade de 26,33% para as de 8 anos, percebeu-se valores maiores desses picos para as crianças de 8 anos, mas continuaram apresentando maiores variabilidades. para as variáveis espaço temporais observou-se uma similaridade entre os dois grupos nas 3 variáveis (ti, tv, ta). os valores de ti se apresentaram de forma similar para ambos grupos (0,58±0,12 e 0,53±0,11), respectivamente 7 e 8 anos e não apresentaram variabilidade distantes, o mesmo ocorreu com o tv (0,37±0,07 e 0,38±0,08), 7 e 8 anos. somente os valores do ta que também apresentaram valores próximos (0,45±0,16 e 0,43±0,10), 7 e 8 anos, porém o cv% foi maior entre as crianças de 7 anos. embora ocorreram tais diferenças nos valores médios em todas variáveis, não foram encontradas diferenças estaticamente significativas ao aplicar o teste "t" de student. possivelmente, o fato de não se encontrar diferenças significativas entre os grupos, atribui-se ao baixo número da amostra e ao alto cv%.
conclusões:
a partir dos resultados e com base no referencial teórico conclui-se: a) que as crianças de 7 anos apresentam valores de pico menores para as variáveis pfi e pfipt e maiores para as variáveis espaço temporais ti e ta, fato este que pode ser atribuído ao um menor tempo de impulso devido uma menor flexão dos membros inferiores que as crianças de 8 anos; b) a não existência de diferenças estatísticas nas variáveis estudadas podem ser atribuídas ao fato de que não ocorram alterações maturacionais importantes no que se refere ao desenvolvimento da força muscular entre 7 e 8 anos. finalmente, na qualidade de estudo exploratório, sugere-se avaliar um maior número de crianças e de diferentes faixas etárias para se obter dados referentes a diversos níveis de execução do salto vertical, com maior confiabilidade nos resultados.