Resumo
O presente estudo teve como objetivo geral avaliar características dinâmicas e espaço temporais do salto horizontal em crianças entre 6 e 9 anos de idade, segundo o Modelo de Desenvolvimento Motor de GALLAHUE (1981), considerando os estágios de maturação do movimento na fase fundamental. Foram verificados e comparados as variáveis dinâmicas: Pico de Flexão medido no eixo “Y”(PFy), Pico de Impulso medido no eixo “Y” (PIy), Pico de Impulso medido no eixo “X” (PIx), Taxa de Flexão medida no eixo “Y” (TxFy), Taxa de Impulso medido no eixo “Y” (TxIy), Taxa de Impulso medido “X” (TxIx), Força de Transição das contrações excêntricas e concêntricas medidas no eixo “Y” (FTECy), Força de Transição das contrações excêntricas e concêntricas medidas no eixo “X” (FTECx) e as variáveis espaço temporais tempo de contato com a plataforma (TCP) e tempo de transição das contrações excêntricas e concêntricas TTEC). O estudo foi caracterizado como descritivo de cunho exploratório. A amostra constituiu-se, 2 meninos e 26 meninas, com média de idade 7 + 0,43 e 7,3 + 0,79 anos respectivamente. Na coleta de dados utilizou-se uma plataforma de força extensométrica (ROESLER, 1997), programa específico para analise e processamento dos dados (SAD32), filmadora VHS (60Hz) e matriz de análise observacional desenvolvido por David Gallahue (1981). Nos dados dinâmicos, utilizou-se uma taxa de amostragem de 1000Hz e as FRS medidas nos eixos “Y” e “X”. Após identificação e pesagem, as crianças executavam três saltos, destes, escolheu-se um para análise dinâmica e para classificação do estágio maturacional da criança. Após a coleta, os dados dinâmicos e espaço temporais foram processados no programa SAD32, filtrados via FFT (Fast Fourie Transform) butterworth, ordem 3, com freqüência máxima de 30Hz, normalizados pelo peso corporal. A avaliação do estágio maturacional foi feita de maneira qualitativa. Para comparação das médias utilizou-se o teste U de Mann-Whitney e para verificar se havia relação entre as variáveis, a correlação de Spearman Brown, a p<0,05. Para análise dos resultados o salto foi considerado de duas maneiras: a) o salto executado completo e b) o salto apenas na fase de contato com a plataforma. Comparando o estágio elementar e maduro considerando o salto completo, houve diferença estatisticamente significativa apenas na variável TCP apresentando valor maior para o estágio elementar. Quando considerado o salto durante a fase de contato com a plataforma, não houve diferença entre os estágios. Comparando os sexos, houve diferenças nas variáveis (PFy e TCP) apresentando valores superiores para o sexo masculino e (PIy e TxIy) apresentando valores superiores para as mulheres. Quanto a relação das variáveis, considerando salto completo no estágio elementar (TxFy x PFy), (TxFy x TxIy), (TxIx x TxIy), (TCP x PIy) e (FTECy x FTECx), para o estágio maduro nesta classificação não houve relação entre as variáveis. Considerando o salto durante a fase de contato com a plataforma, houve relação entre as mesmas variáveis no estágio elementar quando avaliado o salto completo, acrescentando apenas (PIy x PIx). No estágio maduro houve relação entre as variáveis (TxFy x PIy) e (TxIx x TxIy). No sexo masculino houve relação entre as variáveis (TxIx x TxIy), (TCP x PIx) e (FTECy x FTECx) e no sexo feminino (TxFy x PFy), (TxIx x TxIy) e (FTECy x FTECx). Na análise morfológica das curvas, comportamentos heterogêneos das curvas com um pico analisando o salto completo do estágio maduro no estágio elementar as curvas com dois picos. O mesmo ocorrendo para o eixo “X”. As meninas apresentaram maior heterogeneidade que os meninos nas curvas com um pico, mas nas curvas de dois picos, ambos foram heterogêneos. No geral no estágio elementar houve mais curvas com um pico indicando que a maioria das crianças consegue coordenar os movimentos de membros inferiores e superiores. O mesmo não foi observado no estágio maduro. Com relação ao sexo, as meninas apresentam a maioria das curvas com um pico e os meninos metade para cada