Características e Funções dos Pivôs no Basquetebol: Análises e Reflexões a Partir de Relatos de Técnicos Brasileiros
Por Paulo Henrique Canciglieri (Autor), Fernando Ramos (Autor), Thiago Costa (Autor), Alessandro Tosim (Autor).
Em Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte v. 7, n 3, 2008.
Resumo
O basquetebol mundial nos moldes atuais é considerado como esporte de movimentação rápida e seus atletas de desempenho versátil, pois são obrigados a se deslocar em curtos espaços de tempos, com alta performance de acertos em sua marcação e principalmente na finalização de seus arremessos. Este trabalho teve como objetivo principal analisar através de entrevista dirigida e aberta a 7 técnicos da divisão principal do Campeonato Paulista 2007, na Categoria adulto, o entendimento quanto as características físicas e técnicas, as responsabilidades esportivas dos atletas das posições quatro (4) pivô leve e cinco (5) pivô pesado em suas equipes. Além disso, evidenciou as metodologias aplicadas pelos técnicos na melhora da performance esportiva destes atletas. Após a análise dos relatos ficou evidente que os técnicos, apesar de serem considerados de qualidade elevada devido à colocação de suas equipes em campeonatos e pertencerem às principais equipes do Estado de São Paulo, pouco valorizam o estudo acadêmico a níveis de mestrado e doutorado para seu desenvolvimento profissional, uma vez que nenhum procurou se especializar nestes segmentos, tendo como garantia de performance de suas equipes clínicas com técnicos de outras nacionalidades e leitura de livros de auto ajuda de técnicos campeões. Por outro lado, ficou evidente que muitos ainda vivem na sombra de antigos ídolos, como Oscar, Paula e Hortência. Além disso, são conscientes em justificar a melhora da performance dos pivôs em função do aumento da massa muscular, principalmente pelas metodologias de trabalho que os preparadores físicos desenvolvem, auxiliados pelos estudos especializados em centros de excelência, tais como as universidades públicas. Por outro lado, ficou evidente o não entendimento do fator técnica esportiva para os entrevistados, uma vez que em sua maioria julgam os atletas de determinadas posições, tais como armador, laterais e pivôs leves como mais técnicos que os pivôs pesados. No basquetebol moderno, todos os atletas devem ser técnicos, porém cada qual dentro de suas especificidades táticas e esportivas. O fator técnico, somado ao físico e ao tático, são o que se pode chamar de pilares do treinamento esportivo. As respostas dos entrevistados evidenciam a situação do basquetebol brasileiro masculino, uma vez que, baseados no marasmo cientifico e crendice dos personagens, não consegue se classificar para as olimpíadas há mais de 12 anos, causando com isso abertura para novos esportes quanto à popularidade esportiva. Mais uma vez se faz necessário enfatizar que o basquetebol mundial é desenvolvido por movimentos rápidos, pois seus atletas têm a obrigação de serem versáteis, com aprimoramentos técnico, físico, tático e intelectual, treinados e aprimorados sempre em conjunto e jamais de maneira estanque, como é desenvolvido nos moldes brasileiros.