Resumo

O objetivo deste trabalho foi analisar as características da preensão manual no Judô. Participaram do estudo 08 praticantes de judô com graduação de faixa preta, do sexo masculino, maiores de 18 anos, que competem em nível internacional e que buscam vaga para a Olimpíada de Londres 2012. Para a caracterização dos tipos de preensão que compõem a pegada do Judô, foram realizadas filmagens dos atletas desempenhando pegadas no treinamento, utilizou-se uma planilha onde se identifica o tipo de preensão em locais específicos do judogui e com especificidade também em relação à mão. Já para a quantificação do tipo de preensão em lutas, vídeos de competições internacionais foram analisados, utilizou-se uma planilha que quantifica o número de pegas em cada local do judogui do adversário, para que posteriormente fosse realizada uma relação indireta com os dados da planilha de caracterização e assim obtivesse-se uma quantificação dos tipos de preensão em lutas internacionais. Para a mensuração da preensão manual foram utilizados dinamômetros desenvolvidos pelo Laboratório de Instrumentação (LABIN/CEFID/UDESC). A Força de preensão manual foi avaliada durante 30 segundos, três vezes na mão dominante e três vezes na mão não dominante com mediadas intercaladas entre as mãos, na posição sentada, adaptada da Sociedade Americana de Terapeutas da Mão (ASHT). Foram analisados os seguintes parâmetros da curva de Força x Tempo dos tipos de pega identificados, Força máxima (FMAX), Tempo de reação (TREACT), o Tempo até a força máxima (TFMAX), Taxa de crescimento da força (TXCRESC) e o Índice de queda da força (IQ). Entre os resultados cita-se que foram identificadas no total três formas de pega utilizadas pelos judocas: Palmar Plena, Dígito-palmar e uma terceira que consiste em uma associação entre Dígito-palmar e Pinça Lateral. Para verificar a diferença no uso das formas de pega, entre a mão dominante e não dominante foi utilizado o Teste de Wilcoxon onde foi encontrada diferença no uso de todas as formas de pega, entre as mãos. Para verificar se existia diferença entre os parâmetros da curva força x tempo das formas de pega identificadas entre a mão dominante e não dominante foi utilizado Teste T para dados pareados nos dados paramétricos e Teste de Wilcoxon para os não paramétricos, encontrando diferença somente no Índice de queda da força de preensão Palmar Plena. Para correlacionar o uso de uma forma de pega e o comportamento de seus respectivos parâmetros da curva força x tempo foi utilizado o Teste de Correlação de Pearson para os dados paramétricos e o Teste de Correlação de Spearman para os não paramétricos, sendo que foi encontrada correlação em quatro casos. Duas correlações obtiveram resultado positivo: uso de preensão Dígito-palmar e a força máxima Palmar Plena na mão dominante e o uso da preensão Palmar Plena e o tempo até a força máxima na mão não dominante. As outras duas correlações se apresentaram como negativas: uso da preensão Palmar Plena e a força máxima de preensão Palmar na mão dominante e uso da associação Dígito-palmar e Pinça Lateral e o tempo de reação da preensão de Pinça Lateral na mão não dominante. Os dados obtidos com a pesquisa demonstram a diferença de função e de utilização das mãos dos judocas, bem como de que forma a utilização se correlaciona com parâmetros da curva de força x tempo, explicando um condicionamento específico.