Resumo
O pé humano possui dupla função, estática e dinâmica. Esta dupla função favorece o estabelecimento de lesões nos membros inferiores durante as atividades que envolvem a carga de peso de forma repetida. A hiperpronação é uma das caracterizações mais estudadas. A proposta deste estudo é fornecer embasamento às avaliações clínicas de pés hiperpronadores baseado em estudo teórico, observação clínica e pesquisa científica de modo a justificar diferentes esquemas de avaliação, contribuindo para a otimização dos tratamentos empregados. A avaliação foi dividida em três partes: formulário, avaliação clínica e biomecânica. O formulário de identificação, histórico atual e pregresso e exame físico. Na avaliação clínica foram realizados testes específicos para hiperpronação e aferição da amplitude de movimento. A análise biomecânica foi dividida em estática (escaneamento 3D do pé) e dinâmica (análise de pressão plantar). A amostra foi composta por 17 indivíduos do sexo masculino com idade entre 20-29 anos, IMC 23,91 kg/m2 ( ± 2,97). Para ser considerado hiperpronador o indivíduo deveria apresentar queda do navicular acima de 4mm quando aferido com carga e sem carga peso corporal e inclinação do calcâneo em posição ortostática maior que 20 em valgo. Na comparação dos dados utilizou-se teste U de Mann-Whitey e correlação de Sperman a p _ 0,05. Os dados de inclinação de calcâneo, queda e altura de navicular, ângulo do I dedo, flexão dorsal e plantar não apresentaram correlação exceção feita à entre dorsiflexão e altura de navicular no grupo pronador funcional com r=-0,371 e r=-0,669 para os membros não dominante e dominante. Para o grupo hiperpronador apresentaram correlação entre queda de navicular e relação tíbio calcânea r=0,374 (LND) r=0,575 (LD). Mostrando comportamentos diferenciados para os dados antropométricos de hiperpronador e pronador funcional . Quando comparados os dados biomecânicos, em razão da divisão clinica de eversão de calcâneo e queda de navicular, houve diferença estatisticamente significativa quanto à Distribuição de Pressão Plantar na região do médio pé. Na condição caminhando as variáveis com diferença estatisticamente significativa foram área de contato e carga relativa na região medial de médio pé, pico de pressão na região 20 metatarso. Os dados de correlação entre ângulo do I dedo e área de contato na região medial do médio pé apresentaram correlação alta (r=0,96). É notória a necessidade do controle da condição descalço para a exclusão de fatores intrínsecos e extrínsecos. A caracterização clinica de hiperpronadores com base em parâmetros de eversão de calcâneo e queda de navicular mostrou-se efetiva.