Características do Sinal Emg em Função da Força Durante Contrações Isométricas em Rampa Características do Sinal Emg em Função da Força Durante Contrações Isométricas em Rampa
Por Emanuele Moraes Mello (Autor), Neri Alves (Autor), Luciana Ota (Autor), Fábio Azevedo (Autor), Rúben de Faria Negrão Filho (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução:A eletromiografia (EMG) é uma técnica de registro e monitoração dos
potenciais de ação de fibras musculares ativas. A root mean square (RMS) do sinal
de EMG e a amplitude do espectro de potência (PSD) são associados ao nível de
atividade muscular, sendo que a PSD é mais sensível ao recrutamento de unidades
motoras (MU). Neste trabalho foi investigado se existem diferenças na ativação
muscular e recrutamento de MU, através de análise do RMS e PSD durante exercícios
em rampa com dois tipos de forças: a denominada dissipativa (DIS), aplicada contra
um fio inextensível, e a restauradora (RES), que é aplicada contra um peso variável.
Ressalta-se que apesar de isométricas, a DIS corresponde a concêntrica e a RES a
excêntrica. Material e Método: Participaram deste estudo 8 sujeitos fisicamente ativos
e sem comprometimento osteoarticular do cotovelo, que repetiram as sessões
experimentais por 4 dias alternados. O protocolo consistiu de 10 contrações em
rampa dos flexores do cotovelo até a força máxima (4 s), mantendo-a por 1 s (intervalo
de 3 min) com dois tipos de resistências: 1) 5 rampas DIS, nas quais foram aplicadas
força voluntária contra um fio inextensível; e 2) 5 rampas RES, nas quais foram
aplicadas forças externas variáveis. Em ambos os casos adotou-se uma angulação
do cotovelo de 90º de flexão, e a rampa é controlada por feedback visual. Os sinais
de EMG, obtidos do músculo bíceps braquial (BB), tríceps longo (TLO) e lateral
(TLA) através de eletrodos ativos de superfície, foram processados por meio de
algoritmo específico em linguagem Matlab. Foram analisados o RMS e o PSD,
sendo este último em faixas de freqüência (20-40, 40-60 e 60-80 Hz). Foi analisado
a média da diferença entre as duas atividades, com significância de α<0,05, obtida
pelo teste t. Resultados e Conclusões: Em níveis de força máxima encontraram-se
diferenças significativas nos cálculos de RMS, onde a atividade dissipativa apresentou
a maior ativação muscular, sendo de 70% no BB, 66% no TLO e 78% no TLA.
Através do PSD se analisou a freqüência em que à ativação das fibras musculares foi
predominante, destacando-se a faixa de 40 a 60 Hz, onde as diferenças se
concentraram para a ação dissipativa, sendo de 88% para o BB, 85% para o TLO e
94% para o TLA. Esses resultados podem estar relacionados ao padrão de
recrutamento das MU, sugerindo que todas foram recrutadas com a ação dissipativa,
enquanto na restauradora o recrutamento total não foi alcançado.