Resumo

Introdução: As dinâmicas de criação de espaço (DCE’s) fazem parte de um método de análise de jogo, que objetiva caracterizar a recorrência das ações de ruptura da defesa pelo ataque no basquetebol. Especificadamente, estas ações de ruptura podem ser classificadas como: um contra um no perímetro (Iper); um contra um no post (Ipost); bloqueio direto (BD), bloqueio indireto (BI), ficar em espaço aberto (spot up) e cortar para o espaço aberto (CEA). Um aspecto comum a estas ações de ruptura da defesa esta associado à necessidade de constantes acelerações. Contudo, a direção na qual esta aceleração é predominantemente realizada, ou seja, látero-lateral (eixo x), ântero-posterior (eixo z) e longitudinal (eixo y), carece de mais evidências. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi quantificar as acelerações dos eixos x, y e z durante as mudanças de direção nas DCE’s previamente selecionadas em uma partida de basquetebol. Materiais e Métodos: A amostra deste estudo foi composta de cinco atletas titulares de uma equipe universitária de basquetebol. Os atletas foram monitorados durante o jogo final do campeonato universitário, por meio de acelerômetro triaxial (ActiGraph GT9X Link), fixado ao corpo, por uma cinta elástica na altura do peito. Os dados do acelerômetro foram sincronizados com a filmagem do jogo para identificar os momentos de aceleração nas DCE’s. Para a avaliação da aceleração foram observados os valores nos três eixos, x (médio/lateral), y (superior/inferior) e z (antero/posterior) das DCE’s: bloqueio direto (BD), corte para espaço aberto (CEA) e isolamento no perímetro (Iper). Especificadamente, foram quantificados os três eixos das três DCE’s somente no movimento de mudança de direção. A mudança de direção, nas três DCE’s, foi considerada como um forte deslocamento lateral com objetivo de se desvencilhar do adversário em posição defensiva. Para análise dos dados foi utilizada a anova one way para medidas repetidas. Quando necessário foi utilizado o post-hoc de Tukey. O valor de significância adotado foi de P<0,05 e os dados foram apresentados em média e desvio padrão. Resultados: Das DCE’s selecionadas os atletas da amostra realizaram 15 Iper, 7 BD e 5 CEA. Quando consideradas todas as DCE’s, ou seja, a somatória dos valores nos eixos x, y e z diferenças foram observadas. Especificadamente, maiores acelerações foram observadas no eixo x em comparação ao eixo z (P = 0,043), bem como no eixo y em comparação ao eixo z (P = 0,036). Nenhuma diferença foi observada entre os eixos x e y (P = 0,995). Conclusões: Os achados do estudo demonstram que o eixo x (látero-lateral) e y (longitudinal) apresentam maiores acelerações em comparação ao eixo z (ântero-posterior). Desta forma, levando-se em consideração que o eixo x demonstra a aceleração no plano látero-lateral, para o movimento de mudança de direção os treinadores e atletas deveriam enfatizar exercícios específicos para este eixo.

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