Caracterização da composição corporal de atletas profissionais de futebol que disputaram o campeonato paulista de 2018: uma avaliação baseada na técnica de bioimpedância elétrica
Por JAB Lombardi (Autor), EF França (Autor), MM Macedo (Autor), A da Silva (Autor), C Reis (Autor), M Cohen (Autor).
Resumo
Entre os fatores determinantes para o desempenho esportivo no futebol, destacam-se os aspectos físicos, que podem ser mensurados, no que se refere à composição corporal, por meio da técnica de Bioimpedância Elétrica (BE).
Objetivo: Analisar a composição corporal de atletas paulistas de futebol profissional por meio da técnica de BE, ponderando possíveis diferenças no que diz respeito à idade, posição tática, equipe e divisão em que o atleta atua.
Metodologia: A amostra compõe-se de 102 atletas profissionais de futebol do sexo masculino, numa faixa etária entre 18 e 37 anos, com contrato ativo em cinco equipes filiadas à Federação Paulista de Futebol, que disputariam as séries A1, A2 ou A3 do Campeonato Paulista de 2018. O método utilizado para análise da composição corporal foi a BE, em posição ortostática, com os dois pés e as duas mãos em contato com os eletrodos do aparelho InBody R-20 da InBody®. Após a leitura realizada pelo software do aparelho (tempo de aproximadamente 30 segundos), foram obtidas em quilogramas (kg) as variáveis de Peso Corporal (PC), Massa Muscular (MMU), Massa Gorda (MG), Massa Magra (MMA) e Água Corporal Total (ACT), além do percentual de Gordura Corporal (%GC).Todas as variáveis antropométricas e de composição corporal foram coletadas durante a pré-temporada, no período da manhã. As análises estatísticas foram realizadas no software Bioestat versão 5.3, sendo consideradas estatisticamente significantes quando p<0,05.
Resultados: Para as variáveis de MMU, MMA e ACT, as posições de goleiro e zagueiro demonstraram diferença significativamente superior em relação às demais posições táticas (p<0,01), o que também ocorreu com o PC, exceto para os zagueiros, quando comparados com os atacantes. Ainda sobre o PC, todos os grupos etários a partir dos 22 anos foram significativamente superiores ao primeiro grupo etário (18-21 anos) (p<0,01). Adicionalmente, verificou-se que o grupo 26-29 anos possui maior %GC que as duas faixas etárias mais jovens (18-21 anos e 22-25 anos) (p<0,01), não havendo diferença significativa com o grupo de atletas com 30 anos ou mais. Finalmente, quando comparadas as equipes e as respectivas séries (A1, A2 e A3), nenhuma das variáveis demonstrou diferença significativa (p>0,05).
Conclusão: O grupo 26-29 anos apresentou maior %GC que as faixas etárias mais jovens, porém, sem diferença significativa em relação aos atletas com 30 anos ou mais. Notou-se que o grupo etário mais jovem (18-21 anos) é o que apresenta o menor PC e que nas faixas etárias subsequentes é possível observar significativamente maior PC, não se constatando diferença entre elas. No que se refere à posição tática, verificou-se que as variáveis de MMU, MMA e ACT de goleiro e zagueiro demonstraram diferença significativa superior em relação às demais funções. Condição semelhante ocorreu no caso do PC, exceto para os zagueiros, quando comparados com os atacantes. Finalmente, entre as séries A1, A2 e A3 nenhuma das variáveis investigadas demonstrou diferença significativa.