Resumo

O excesso de peso (EP) infantil é considerado um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Dentre suas complicações, as doenças cardiovasculares tendem a se manifestar e dar indícios durante a infância. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vêm sendo utilizada para quantificar a modulação autonômica cardíaca, tanto da população adulta quanto pediátrica. Sendo assim, o objetivo foi analisar e comparar os parâmetros antropométricos, metabólicos, bioquímicos e cardiovasculares (VFC) entre crianças com excesso de peso e eutróficas. Tratase de um estudo transversal e observacional, composto por 80 crianças distribuídas em Grupo Excesso de Peso (GEP; n=40) e Grupo Normopeso (GNP; n=40) pareados de acordo com sexo (38 meninas e 42 meninos), idade cronológica (8,80±1,13 anos) e nível de atividade física (questionário PAQ-C). Foram coletados parâmetros antropométricos (peso, altura, índice de massa corporal, circunferência abdominal, percentual de gordura corporal e pregas cutâneas), metabólicos (taxa metabólica basal), bioquímicos (glicemia e colesterol total) e cardiovasculares (pressão arterial e VFC). Quanto ao nível de atividade física avaliado pelo questionário os grupos apresentaram a média de 2,78±0,66 pontos, sendo 28 sedentários e 12 ativos em cada grupo, demonstrando predomínio de crianças sedentárias. Ressalta-se que foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para variáveis antropométricas e metabólicas como já era esperado, sem alteração nos dados bioquímicos. De acordo com os índices lineares da VFC no domínio de tempo e frequência, o GNP apresentou maior VFC quando comparados ao GEP. Em relação aos índices não lineares de Plot de Poincaré e Gráfico de Recorrência, o GNP também apresentou maior VFC. Desta forma, é notório que o GEP apresentou valores alterados dos índices antropométricos, metabólicos, cardiovasculares e de variabilidade da frequência cardíaca quando comparados com o GNP. Portanto, pode-se concluir que o excesso de adiposidade predispõe crianças a impactos na saúde cardíaca, diminuindo sua resposta autonômica e consequentemente refletindo na VFC. Medidas que visem a intervenção nesta população devem ser adotadas como forma de prevenção a agravos futuros.

Acessar Arquivo