Caracterização do estado de humor de mulheres fisicamente ativas e sua relação com a idade cronológica e com o índice de massa corporal
Por Josivaldo de Souza Lima (Autor), Sandra Marcela Mahecha Matsudo (Autor), Victor Keihan Rodrigues Matsudo (Autor).
Resumo
Associar e comparar o estado de humor com o peso corporal, índice de massa corporal (IMC) e a idade em mulheres participantes de um programa de atividades físicas. Métodos: Estudo de corte transversal com amostra constituída por 435 mulheres com idade média de 68,3±7,9 anos, participantes de um programa de atividades físicas no município de São Caetano do Sul (SP). A amostra é parte do Projeto Longitudinal de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul. O tempo de participação da amostra no programa de atividades físicas foi de aproximadamente 8,8±8,5 anos, e todas as participantes atendiam a recomendação de atividade física – caminhada por 30 minutos, pelo menos cinco dias na semana – analisado pela versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (International Physical Activity Questionnaire). O IMC foi utilizado seguindo a classificação na Organização Mundial de Saúde. Subdividimos a amostra por década etária, a seguir: 50 a 59, 60 a 69, e >70. O perfil de estado de humor (Profile of Mood States – POMS) foi avaliado pelo questionário original com 65 itens. Foi feita a análise de comparação do POMS e o IMC com o teste de Kruskal Wallis e associação realizada pelo odds ratio (OR). Resultados: Independentemente da década etária, a maioria da amostra apresentou excesso de peso, variando de 43% a 50% (p<0,05). No perfil de humor foi encontrado um maior escore no grupo classificado como obeso (16,0) e um menor escore no grupo classificado como eutrófico (8,7). O teste de Kruskal Wallis identificou diferenças estatísticas no escore total do POMS (21,1±23,1) apenas no grupo etário 50-59 anos com excesso de peso, apresentando maior escore em relação ao grupo eutrófico (3,0±27,9), mas não ao grupo obeso (22,3±34,3). O IMC eutrófico demonstrou estar associado positivamente com o grupo com melhor resultado na pontuação do POMS (OR: 0,93; intervalo de confiança de 95%=0,89 a 0,97). Conclusão: Na amostra encontramos relação entre maior índice de massa corporal e alterações negativas no escore do POMS em mulheres ativas. Além disso, foi possível verificar um efeito protetor contra as alterações no escore do POMS no grupo abaixo do percentil 50 do IMC.