Caraterização Fisiologica da Ressuscitação Cardiopulmonar Após Corrida de Curta Duração
Por Ana C. Sousa (Autor), Ricardo J. Fernandes (Autor), Núria Rodríguez (Autor), J. Arturo Abraldes (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Nos últimos anos têm-se registado vários episódios de morte súbita durante a prática desportiva. Sabendo-se que os responsáveis pelas emergências médicas necessitam intervir rapidamente para realizar técnicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), não se conhece, no entanto, o efeito que esse esforço prévio tem na sua qualidade. O nosso objetivo foi caraterizar os parâmetros cardiorrespiratórios da RCP após um esfoço máximo. Dez responsáveis de emergências (27.6±5.3 anos, 68.1±2.5kg e 1.73±0.05m) realizaram um protocolo de 4-min RCP (taxa de compressão-ventilação 30:2) num manequim precedidos de uma corrida máxima de 100-m. O consumo de oxigénio (VO2) e a frequência cardíaca (FC) foram analisados respiração-a-respiração por um analisador de gás portátil (K4b2, Cosmed, Itália), sendo o VO2pico e a FCpico considerados como os valores mais elevados durante os 4-min RCP. A corrida induziu um crescimento rápido do VO2 e da FC, com os valores mais elevados sendo atingidos nos primeiros momentos do esforço (42.3±4.2 ml.kg-1.min-1 e 169±11 bpm). Depois, até ao 2-min de RCP, verificou-se um decréscimo rápido e acentuado dos valores de VO2 e FC, que se mantiveram estáveis até ao final do esforço (22.4±5.4 ml.kg-1.min-1 e 120±8 bpm). Concluímos que uma corrida de 100-m realizada à máxima velocidade induz uma variação rápida e exponencial dos valores de VO2 e FC nos primeiros momentos do esforço, pelo que se sugere que o estado de fadiga do executante deva ser considerado como um estímulo efetivo no treino da RCP, neste caso nos responsáveis de emergências, assegurando uma melhor qualidade nas insuflações para a vítima.