Carga de treinamento e recuperação no voleibol durante uma temporada competitiva: uma análise individualizada e o efeito da frequência de jogos e de diferentes tipos de treino
Por João Batista Ferreira Junior (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 31, n 1, 2023.
Resumo
O presente estudo buscou investigar o efeito da frequência de jogos na distribuição das cargas de treinamento e do estado de recuperação em diferentes tipos de treinamento, e a variabilidade das cargas através da razão da carga de trabalho agudo-crônica durante o período competitivo de uma equipe profissional de voleibol. Participaram deste estudo 13 atletas profissionais do voleibol masculino (21,5 ± 1,8 anos, 90,9 ± 8,0 kg e 196 ± 7 cm). A Carga de Treinamento Semanal Total (CTST) foi calculada pela soma das cargas internas de treinamento da semana. Também foi calculada a razão da carga de trabalho agudo-crônica (ACWR) para cada jogador pela razão entre a CTST da semana pela CTST média das últimas quatro semanas. O estado de recuperação foi medido no início (TQR inicial) e no final da semana (TQR final). A CTST média da temporada competitiva foi de 3606 ± 970 U.A., a TQR média inicial e final foi de 14,8 ± 1,4 e 13,5 ± 0,8 U.A., respectivamente. Houve redução na CTST das sessões de treino de força e de quadra conforme aumentou a frequência de jogos na semana (p< 0,05). Houve diminuição da TQR inicial com o aumento do número de jogos por semana (p< 0,05). Em adição, a TQR final foi maior na semana com um jogo em comparação com a semana com dois jogos. Em relação a ACWR, 75% das sessões de treino ficaram dentro da zona de segurança recomendada (0,8 a 1,3). Portanto, a ACWR se mostrou uma ferramenta sensível para avaliação individualizada da carga de treino durante o período competitivo de uma equipe profissional de voleibol. Em adição sugere-se a análise da carga de treino e do estado de recuperação de acordo com a frequência de jogos e o tipo de treino realizado para melhor compreensão dos estímulos de treino.