Integra

Introdução: Segundo Platonov et al. (2001) a carga interna é o conjunto de estímulos fisiológicos, conseqüentes das tarefas executadas, ou seja, o efeito da carga externa aplicada (duração do exercício, número de repetições, velocidade de execução, e peso (kg)  ilizados, etc.). No treinamento de força a quantificação da carga externa é relativamente fácil, porém   carga interna de treino ainda parece ser pouco estudada. Motivação para este trabalho. Objetivo: Verificar a carga interna da sessão de treino, com o uso da PSE (Percepção Subjetiva de Esforço), tempo de sessão e tempo de contração, em diferentes intensidades, porém com volume total (Volume = séries x repetições x peso) equalizado.

Metodologia: A amostra foi composta de 19 universitários do gênero masculino, com idade entre 19 e 40 anos, sem patologia ou lesão de membros inferiores e/ou coluna. Os sujeitos avaliados  oram divididos em dois grupos 90%1RM (n=10) e 75%1RM (n=9), de acordo com os resultados do teste de uma repetição máxima (1 RM), de acordo com Shimano et al. (2006) realizado quinze dias antes da sessão de treino. O grupo 90%1RM realizou o exercício agachamento,   séries x 5 RM, enquanto o grupo 75%1RM, 5 séries x 10 RM. Em ambos: intervalo de 2
min. entre as séries, e cada repetição teve a duração de 4 segundos. Após 30 minutos do
término da sessão de treino foi perguntado aos indivíduos: "Como você se sentiu em relação ao treino?" (Foster et al., 2001), utilizando como referência a escala PSE de Borg (0-10). Foi calculada a carga interna de treino, que é o tempo total da sessão (em minutos)  ultiplicado pelas PSE Sessão (Foster et al., 2001), e a outra forma foi multiplicar a PSE pelo tempo de contração muscular, portanto sem o tempo de intervalo, CIT Contração. Foi avaliado um parâmetro fisiológico, a Frequência Cardíaca (FC), medida através do uso de frequêncímetro da marca Polar® antes do início de cada série, e a cada 5 segundos até os 30 segundos. Análise estatística: Teste T de student, significância estatística p ≤ 0,05.

 Resultados:
Tabela. PSE, Carga interna de treino e FC (Média ± Desvio padrão) Grupo 75% 1RM Grupo 90% 1RM Valor de p PSE (0-10) 5,6 ± 1,9 5,7 ± 2,4 0,44 CIT Sessão (UA) 84,4 ± 28,5 121,9 ± 50,5* 0,03 CIT Contração (UA) 17,8 ± 6,0 13,7 ± 5,7 0,07 FC (bpm) 141,5 ± 16,2 132,5 ± 18,1* 0,003 PSE =Percepção Subjetiva de Esforço; CIT = Carga Interna de treinamento. FC = Frequência Cardíaca; UA = Unidade Arbitrária. relação *p ≤ 0,05 diferença entre  rupos.

Conclusão: A CIT Sessão foi maior no grupo 90%1RM, em função principalmente de
mais intervalos entre as séries, descanso. Já no CIT Contração houve uma tendência a ser maior para o grupo 75%1RM. Através do apoio fisiológico, FC, também significativamente maior para o mesmo grupo, 75%1RM. Os resultados sugerem que no treino de força a quantificação da CIT deve levar em conta, principalmente, o tempo total de contração muscular na sessão de treinamento e não apenas o tempo da sessão.