Carga ótima de potência nos exercícios levantamento terra e agachamento em jovens atletas: um estudo piloto

A potência é uma importante variável de treinamento para atletas, pois vem se mostrando ser determinante para o desempenho esportivo. A carga ótima de potência (COP) é utilizada para controle de treinamento em diversas modalidades e faixa etária. Entretanto, algumas populações não apresentam dados de COP na literatura. OBJETIVO: Identificar a velocidade média propulsiva e potência relativa para a carga ótima de jovens atletas no levantamento terra (LT) e agachamento (AG). MÉTODOS: 24 atletas (idade 17,6 ± 1,2) das modalidades de futsal, basquete e vôlei (sexo feminino) realizaram 2 sessões de familiarização com o exercício de AG e LT uma semana antes do teste. O teste consistiu em um aquecimento padrão seguido de um teste de altura de salto. Após isso os sujeitos realizavam um teste de COP com cargas progressivas nos exercícios AG e LT, iniciando com 40% de sua massa corporal e aumentando 10% a cada série, até que o valor de potência tivesse uma queda maior que 5% em relação a melhor potência. As variáveis foram adquiridas através de um transdutor linear de posição: Velocidade Média Propulsiva (VMP), Potência Relativa (POTrel) e altura de salto com contramovimento (SCCM). Para a análise, foram utilizadas apenas os dados da repetição com maior potência. Foram utilizados os testes de ANOVA e correlação, além do tamanho do efeito de Cohen (d), com significância de 5%. Todos os dados assumiam os pressupostos para o uso dos testes. RESULTADOS: A COP de 70,83% da amostra foi atingida entre 40 e 50% da massa corporal. A VMP no LT do futsal foi maior em relação apenas ao basquete (0.895 m.s-1; p=0.03; d=1.32). A POTrel no AG, VMP no AG e POTrel no LT não tiveram diferenças significativas entre os 3 grupos. Quanto a correlação entre a melhor POTrel e o SCCM, não há correlação significativa entre o LT (p=0.263), porém, há correlação positiva moderada com o AG (p=0.033, r=0.437). CONCLUSÃO: A carga ótima ser atingida entre 40 e 50% da massa corporal, pode ser um bom indicador para treinadores de atletas dessas modalidades/idades que não possuem equipamentos para medir essas variáveis. Apenas a VMP no AG apresentou diferença entre os grupos, e apenas a POTrel no AG teve correlação significativa com a SCCM. Essa relação entre o AG e a SCCM pode servir para guiar estudos futuros para melhorar o desempenho de potência em membros inferiores de atletas dessa faixa etária, visto que a SCCM é uma variável bastante utilizada para avaliação de potência no esporte.

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