Carimbó: entre a cópia e criação

Por Pedro Xavier Russo Bonetto (Autor).

Parte de Escrevivências da Educação Física Cultural - Vol. 1 . páginas 185 - 196

Resumo

O presente relato descreve as atividades desenvolvidas no ano de 2018 com duas turmas do quarto ano do ensino fundamental, no componente da Educação Física, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Olavo Pezzotti, situada na capital paulista. No mês de abril, logo após o término de um trabalho com o parkour, algumas alunas nos perguntaram se iriam apresentar alguma dança na festa junina da escola. Disseram que estavam acostumadas a dançar quadrilha e sertanejo, mas que desejavam fazer outras danças para a apresentação. De início, queriam misturar quadrilha junina com funk, disseram que tinham visto na internet. Foi quando falamos1 que era muito importante a tematização de uma dança, todavia, isso significava que iríamos estudar vários elementos dessa dança, tematizando-a como já tínhamos feito com outras práticas corporais, ou seja, não seria a dança pela dança, com a finalidade apenas de apresentá-la na festa. As estudantes toparam e ficou decidido que conversaríamos mais sobre danças nas aulas seguintes. E assim aconteceu, conversando sobre as possibilidades de tematização, apresentamos às turmas vários vídeos de diversas danças brasileiras. Dentre elas, bumba meu boi, boi bumbá, vaquejada, catira, forró pé de serra, dança do coco, jongo e carimbó. Assistindo aos vídeos, percebemos que as crianças não conheciam nenhuma das práticas corporais. Riam, faziam piadas, falavam que era feio, diziam que era “baiano”.