Resumo
No segundo semestre do ano de 2018, participei como aluno especial da disciplina Introdução ao Teatro Feminista, ministrada pela professora Dra. Maria Brígida de Miranda no Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Essa experiência suscitou em mim o desejo de pesquisar possíveis desdobramentos em relação a um autorretrato concebido por mim e por um amigo artista, no ano de 2012, para ritualizar o meu casamento. Ao entrar em contato com os xamanismos e as bruxarias de mulheres artistas e feministas, bem como de performers que transgridem as noções normativas de gênero, reconheci um caminho de investigação que envolve minha própria identidade que, hoje, está em performance por intermédio de minha pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Arte Cênicas da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, na linha de pesquisa Processos e Poéticas da Cena, sob orientação da Professora Dra. Fernanda Areias de Oliveira. Esse artigo descreve algumas memórias e sensações vividas no decorrer da disciplina Introdução ao Teatro Feminista. Escrito no formato de carta e endereçado a professora Brígida, aborda a importância das epistemologias feministas e de gênero, base de estudos da disciplina ministrada por ela e que fazem florescer, a cada dia, a busca para a descolonização do meu imaginário enquanto pessoa e artista, bem como a busca pela politização das feridas causadas pelo percurso interrompido rumo ao ideal do masculino hegemônico.