Resumo

A pesquisa investiga as práticas esportivas na natureza no município de Campinas/SP por meio da análise dos planos diretores e de uma cartografia social dos espaços de natureza destinados à sociabilidade na mancha urbana do município. O pressuposto inicial é que o lugar de fruição das práticas corporais na cidade foi e deveria ser prioritariamente o espaço público. Contudo, com o avanço da modernidade, novas formas de viver a cidade e a sociabilidade foram ganhando força, imputando dilemas a estes espaços. Hoje o espaço público é identificado como lugar de tensões, violência e esvaziamento. Autores como Killian (1998) identificam a morte da vida pública na sociedade contemporânea, já que na cidade houve a expansão da exploração do solo pela iniciativa privada. Este fato vem produzindo a perda de vida comunitária, do tempo e dos espaços antes destinados à convivência, a vida associativa, tomando áreas de preservação ambiental e de uso misto, que tem impactado nos modos de ser cidadão e fruir a cidade, ou seja, na cidadania. Entretanto é possível perceber práticas esportivas na/da cidade que resistem a este esvaziamento e ainda imputam marcas identitárias aos espaços. Assim, os objetivos do estudo foram num primeiro momento estudar a evolução da morfologia urbana de Campinas e seus impactos nos espaços públicos destinados ou apropriados por meio do esporte (vamos olhar para os diferentes planos diretores desde o final do século 19 até os dias atuais). Também de construir uma cartografia social dos espaços de natureza, de uso misto, mais importantes da cidade de Campinas. Intencionamos compreender, planejar e transformar a realidade social por meio da apreensão coletiva e fotográfica destes locais, analisando e registrando a participação dos corpos e manifestações corporais em cada um dos locais analisados. Esta comunicação diz respeito a análise dos planos diretores e a evolução urbana e o lugar (ou não lugar) das práticas esportivas.

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