Centenário da Independência Entre o Jeca-tatu e o Futebol: Caricaturas de Identidades Nacionais no Brasil de 1922
Por Flavio Mota de Lacerda Pessoa (Autor).
Resumo
Introdução - O centenário de uma nação em crise Importante, oportuna e incômoda efeméride, a celebração do Centenário da Independência. Carregado de significados, interpretações e projetos muitas vezes dissonantes, o ano de 1922 seria intenso, e traria à tona crises, dúvidas e um cenário de disputas simbólicas diversas, marcado por uma série de episódios relevantes na história do país. As eleições presidenciais seriam acirradas por escândalos envolvendo candidatos em manchetes de jornais, imposição de censura à imprensa, revoltas militares e novas representações partidárias. O modelo político estabelecido pelas primeiras décadas da República que manteve o poder das oligarquias agrárias, começava a dar claros sinais de esgotamento. Diante do crescimento de novas forças e vozes dissonantes, o governo, então, não economiza investimentos e esforços na oportuna celebração do centenário, onde buscava projetar positivamente, interna e externamente, a imagem de uma nação unida, moderna, civilizada e pacífica. (MOTTA, 1992)