Resumo

Resumo: O artigo focaliza manifestações de mulheres negras, com a finalidade de situar dimensões do constituirem-se cidadãs numa sociedade que discrimina o grupo de gênero e o de raça/etnia que as inclui. Respondendo à indagação sobre o que significa ser mulher e negra, formulada a mulheres militantes do Movimento Negro nos estados do sul do país, destaca que o configurar-se como mulheres negras implica fazer face permanentemente a atitudes e posturas discriminatórias, além de exigir combatividade, introspecção, auto-imagem positiva, bem como crítica a relações sociais e propostas para transformá-las. Buscando elucidar sua presença na sociedade, o estudo mostra que lutam para superar a invisibilidade conferida aos descendentes de africanos, bem como para ter suas necessidades atendidas por políticas públicas que resolvam os problemas que os afligem e suprimam as opressões que lhes são impingidas. Assim, lutam por justiça para todos que são marginalizados pela sociedade. O artigo conclui com a afirmativa de que as fontes mais genuínas de conhecimento sobre as mulheres negras são elas mesmas, apontando a exigência de que estudos que as tomem por temática, tenham como centralidade seus pontos de vista de mulheres e negras.