Resumo

Filósofo dispara: novos bots são simuladores poderosos, mas também o oposto da inteligência, do aprendizado e da reflexão. Capital quer empregá-los para nublar o debate público. Porém, saída não é freá-los — e sim estimular a educação política

Entrevista a Ivo Neto e Karla Pequenino no Público

Há um mês, o reputado filósofo e linguista Noam Chomsky co-assinou um artigo no New York Times em que condena a “falsa promessa do ChatGPT”, criticando o rumo que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) levou. Ao Ípsilon, numa videochamada, o especialista do MIT reforçou a preocupação com a forma como a tecnologia está evoluindo, com algoritmos que nos dão conteúdo à nossa medida e chatbots que simulam a comunicação humana e contribuem para a inércia analítica e criativa.

“Este é o ataque mais radical ao pensamento crítico, à inteligência crítica e particularmente à ciência que eu jamais vi”, diz o pensador, com 94 anos, apontando a forma como as ferramentas assumem cada vez mais uma dimensão “corporativa”. “A ideia de que podemos aprender alguma coisa com este tipo de IA é um erro”, atira.

 

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