Ciência, modernidade e práticas corporais: a gazeta médica da bahia

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Parte de Histórias da Educação Física no Brasil . páginas 59

Resumo

A Gazeta Médica da Bahia foi o periódico científico de maior circulação e relevância no Brasil da segunda metade do século XIX. Surgiu em 1866, como parte do processo de desenvolvimento da pesquisa científica da antiga Escola de Medicina e Cirurgia – que se tornou mais tarde a Faculdade de Medicina da Bahia e, tempo depois, integrada à Universidade Federal da Bahia. A GMB circulou regularmente entre 1866 e 1934, depois entre 1966 e 1972, com um número avulso em 1976, voltando a ser produzida com regularidade entre 2002 até julho de 2011, como aponta Tavares-Neto editor da revista.

Aqui, delimitamos nosso estudo no primeiro ciclo de produção da GMB: 1866 quando surgiu e 1934, ano em que os direitos da Revista foram passados para Faculdade de Medicina da Bahia-UFBA. Nesse período, os debates da GMB giravam em torno de diversas questões sociais e extrapolavam o grupo médico da Bahia, contando com publicações e contribuições de médicos de outros lugares do país, mostrando um alcance e organização que, até então, nenhum outro periódico da área médica tinha conseguido manter. A GMB foi, também, palco do debate do grupo que, mais tarde, ficou conhecido como Escola Tropicalista Baiana. Formada por um grupo de médicos que se debruçavam sobre a etiologia das doenças tropicais, além de mostrar preocupação com o tratamento desprendido à população negra (escravos, no período), atenção à questão da saúde pública, colocando-se como importante grupo na conjuntura do período.